terça-feira, 12 de setembro de 2017

6 Perguntas respondidas sobre o livro de Deuteronômio



1) HOREB OU MONTE SINAI? 


DEUTERONÔMIO 4:10-15 - A lei foi dada em Horebe ou no monte Sinai?


PROBLEMA: Êxodo 19:1 afirma que Moisés recebeu a Lei no monte Sinai (cf. v. 18). Mas em
Deuteronômio 4:10 afirma-se que Moisés a recebeu "em Horebe". Onde foi, realmente, que ele recebeu a Lei?


SOLUÇÃO: Várias são as explicações possíveis para esta divergência. Alguns eruditos acreditam que Sinai possa ter sido o nome mais antigo o Horebe, o menos antigo do mesmo lugar. Outros sustentam que Horebe possa ter sido o nome da serra em geral e Sinai, o nome específico de um dos
montes pertencentes a ela. Ainda outros crêem que Sinai é que era o nome do conjunto de todas as montanhas da região, sendo Horebe um determinado monte ali. Ou, ainda, que os dois nomes oram intercambiáveis.
Seja como for, os autores bíblicos, muito mais próximos dos eventos originais do que nós
hoje, não viram problema algum em usar os dois nomes. Horebe é usado 17 vezes e monte Sinai, 21 vezes no AT. O uso de dois nomes não é algo fora do comum. O nome oficial do pico mais alto da América do Norte, o monte McKinley, no Alasca, é chamado de Denali por nativos americanos e por muitos outros.




2) PROFECIA A RESPEITO DE MAOMÉ?


DEUTERONÔMIO 18:15-18 - É esta uma profecia acerca do profeta Maomé


PROBLEMA: Deus prometeu a Moisés: "Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhes ordenar".
Os muçulmanos acreditam que esta profecia cumpriu-se com Maomé, como declara o Alcorão, ao referir-se a "O iletrado Profeta [Maomé], o qual é encontrado em suas próprias [escrituras], na Lei e
nos Evangelhos" (Surá 7:157).


SOLUÇÃO: Esta profecia não pode ser uma referência a Maomé por várias razões. Primeiro, o termo "irmãos" refere-se aos filhos de Israel, não aos seus antagonistas árabes. Por que iria Deus despertar um profeta para Israel que proviesse de seus inimigos?
Segundo, no contexto deste mesmo versículo, o termo "irmãos" aplica-se aos que são
israelitas. Pois aos levitas foi dito: "não terão herança no meio de seus irmãos"(v.2). Terceiro, em qualquer outro lugar neste livro do AT o termo "irmãos" refere-se também aos israelitas, e não a estrangeiros. Deus disse-lhes para escolher um rei "de entre os teus irmãos", e não a um estrangeiro. Israel nunca escolheu um rei que não fosse judeu.
Quarto, Maomé veio da linhagem de Ismael, como os próprios muçulmanos admitem, mas a
bênção de Deus estava sobre a linhagem de Isaque. Quando Abraão orou: "Tomara viva Ismael diante de ti", Deus respondeu enfaticamente: "A minha aliança... estabelecê-la-ei com Isaque..."(Gn 17:18,21). Posteriormente Deus repetiu: "Por Isaque será chamada a tua descendência" (Gn 21:12).
Quinto, o próprio texto do Alcorão estabelece que a linha profética veio através de Isaque, e
não de Ismael: "E nós concedemos Isaque e Jacó, e nós estabelecemos os profetas e as escrituras em sua semente" (Surá 29:27). O erudito muçulmano Yusuf Ali acrescenta a palavra "Abraão" e muda o significado da seguinte maneira: "Nós demos (Abraão), Isaque e Jacó, e ordenamos entre os seus
descendentes os Profetas e a Revelação". Ao acrescentar "Abraão", que foi o pai de Ismael, ele pôde então incluir Maomé, descendente de Ismael, na linha profética! Mas o nome de Abraão não é encontrado no texto árabe original.
Sexto, Jesus foi quem perfeitamente cumpriu aquele versículo, já que: (1) Ele foi um judeu,
no meio de seus irmãos judeus (cf. Gl 4:4). (2) Ele cumpriu Deuteronômio 18:18 perfeitamente: "ele lhes falará tudo o que eu lhes ordenar". Jesus disse: "nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou" (Jo 8:28). E, "porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar" (Jo 12:49). (3) Ele referiu-se a si mesmo como "profeta" (Lc 13:33), e as pessoas o consideravam profeta (Mt 21:11; Lc 7:16; 24:19;
Jo 4:19; 6:14; 7:40; 9:17). Como Filho de Deus, Jesus era profeta (aquele que fala aos homens, da parte de Deus), era também sacerdote (Hb 7-10, o que fala a Deus, da parte dos homens) e rei (o que reina sobre os homens, como Deus, Ap 19-20). Finalmente, há outras características do "Profeta" que estão de acordo apenas com a vida de Jesus, e não com a de Maomé, tais como: Jesus falou com Deus "face a face" e realizou "sinais e maravilhas".



3) PORQUE É UMA ABOMINAÇÃO, HOMEM SE VESTIR DE MULHER?


DEUTERONÔMIO 22:5 - Por que Deus declarou ser uma abominação um homem vestir-se
como mulher, e vice-versa?


PROBLEMA: O que há de errado em se vestir como alguém do sexo oposto? Não se trata apenas de uma questão de preferência cultural, nada havendo intrinsecamente imoral nisso?


SOLUÇÃO: A intenção de Deus nesta passagem aparentemente foi tornar possível a distinção de um sexo do outro. Sem roupas e comprimento do cabelo distintivos, os sexos poderiam ser mais facilmente confundidos, e as fronteiras da impropriedade social
e moral seriam muito mais facilmente transgredidas. É claro que a definição quanto a que roupas são masculinas e quais são femininas em grande parte é determinada pela cultura. Mas, de qualquer modo, os travestis por isso enquadram-se na abominação.




4) O HOMOSSEXUALISMO É CONSIDERADO PECADO POR SE RELACIONAR COM IDOLATRIA?

DEUTERONÔMIO 23:17 - O homossexualismo foi condenado por relacionar-se com a
idolatria?


PROBLEMA: Alguns argumentam que a condenação bíblica do homossexualismo foi por causa das prostitutas cultuais e das práticas homossexuais que havia em templos idolatras (Dt 23:17).
Insistem em dizer que o homossexualismo em si não é condenado, mas apenas os atos
homossexuais associados à idolatria, tais como os praticados pelas prostitutas do templo (1 Reis 14:24).


SOLUÇÃO: As práticas homossexuais não são condenadas na Bíblia simplesmente por terem sido relacionadas com a idolatria. Isso é evidente por várias razões. 

Primeiro, a condenação das práticas
homossexuais com freqüência é feita fora de qualquer contexto da prática da idolatria (Lv 18:22; Rm 1:26-27).

Segundo, quando o homossexualismo é associado com a idolatria (tal como a prostituição cultural, no templo), as duas coisas não são ligadas em essência. São apenas pecados concomitantes, mas não há uma equivalência entre eles.

Terceiro, o pecado da infidelidade sexual com freqüência é usado como uma ilustração da
idolatria (por exemplo, Oséias 3:1; 4:12), mas ele não tem necessariamente uma conexão com ela. A idolatria é uma forma espiritual de imoralidade. Mas a imoralidade é errada, mesmo no caso de não ter conexão alguma com nenhuma forma de idolatria. 

Quarto, a idolatria pode levar à imoralidade (cf. Rm 1:22-27), mas são pecados diferentes.
Quinto, até mesmo os Dez Mandamentos fazem distinção entre a idolatria (Primeira Tábua da Lei, Êx 20:3-4) e os pecados do sexo (Segunda Tábua da Lei, Êx 20:14,17).




5) O ENSINO DE MOISÉS SOBRE O DIVÓRCIO NÃO ESTARIA CONTRADIZENDO JESUS?

DEUTERONÔMIO 24:1-4 - O ensino de Moisés quanto ao divórcio é contrário ao ensino de
Jesus e de Paulo?


PROBLEMA: De acordo com Deuteronômio 24:1-4, era permitido a um homem conceder divórcio à sua mulher se ele descobrisse que ela tinha sido infiel. Entretanto, de acordo com o ensino de Jesus em Marcos 10:1-12, e o de Paulo em 1 Coríntios 7:10-16, parece que não é permitido o divórcio nem um novo casamento posterior. O ensino encontrado em Deuteronômio é então contrário ao ensino de Jesus e ao de Paulo?


SOLUÇÃO: Seria um erro admitir que as afirmações de Moisés tenham dado uma sanção divina ao divórcio. A passagem apresenta uma situação hipotética que tinha grande probabilidade de acontecer entre o povo. Ela simplesmente diz que se um homem se divorciar de sua mulher por causa de impureza dela, e se ela casar-se novamente com outro, e se esse seu novo marido morrer
ou dela se divorciar, não é permitido ao primeiro marido recebê-la de volta. Não se trata de uma aprovação ao divórcio. Pelo contrário, é o reconhecimento do fato do divórcio e a aplicação de uma regulamentação concernente ao casamento pela segunda vez.
Como Jesus disse em Marcos 10:5, Moisés concedeu o divórcio e deu tal preceito "por causa da dureza" do coração deles, mas não é este o ideal de Deus. O plano perfeito de Deus para o casamento sempre foi o do compromisso entre o marido e a mulher por toda a vida. Não há contradição entre o ensino de Moisés e o ensino de Jesus e de Paulo. Moisés simplesmente reconheceu o fato do divórcio, ao passo que Jesus e Paulo apresentaram o ideal de Deus para o
casamento, como foi desde o princípio.



6) SE MOISÉS E AUTOR DO PENTATEUCO, PORQUE RELATA SUA PRÓPRIA MORTE?


DEUTERONÔMIO 34:1- Como este capítulo poderia ter sido escrito por Moisés, se ele fala
da sua morte?


PROBLEMA: Deuteronômio 34 é um registro da morte de Moisés no vale de Moabe. Entretanto, a autoria do livro de Deuteronômio tradicionalmente tem sido atribuída a Moisés. Como ele poderia ter escrito este capítulo que relata a sua própria morte e o seu enterro?


SOLUÇÃO: Primeiro, não é necessário concluir que Moisés não poderia ter escrito o seu próprio obituário. Está perfeitamente dentro do poder de Deus revelar o futuro com todos os seus detalhes (cf. Dn 2; 7; 9; 12). Não é irracional acreditar que o Espírito de Deus, através de Moisés, tenha redigido este capítulo final. Se considerarmos que este capítulo foi escrito por Moisés ou por Josué ou por outra pessoa, isso não implica que Moisés não tenha sido o autor do texto de Deuteronômio
ou dos quatro primeiros livros do Pentateuco.
Segundo, é perfeitamente razoável admitirmos que alguém, talvez Josué, tenha acrescentado
este capítulo final aos livros de Moisés como uma apropriada conclusão à vida desse grande homem de Deus. Não é de todo uma prática incomum alguém acrescer um obituário ao fim do trabalho de um grande homem. Isso é semelhante à prática de uma pessoa escrever um prefácio à obra de outrem.



Fonte: Livro Manual Popular - Duvidas, Enigmas E Contr. Biblia de Norman Geisler

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