segunda-feira, 30 de outubro de 2017
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Refutação ao Paradoxo de Epicuro
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Refutação ao Paradoxo de Epicuro
Este é o famoso paradoxo Epicuro ou "problema do mal" que muitos ateus usam para afirmar que "Deus não existe" simplesmente porque o mal existe. O epicurismo era uma corrente filosófica que se baseava em semi-ateísmo e na busca dos prazeres. Esse paradoxo afirma a inexistência de Deus pela a existência do mal, apontando o problema do mal.
O paradoxo epicuro já foi refutado por diversos filósofos, mas deixarei aqui minha refutação.
Esse paradoxo, então, pode se resumir nas seguintes premissas:
• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal.
• Se Deus é todo poderoso, então pode criar qualquer mundo que desejar.
• Se ele pode criar qualquer mundo que desejar, então ele iria preferir um mundo sem nenhum mal.
• Mas o mal existe.
• Logo, Deus não existe.
--> Há uma grande falha nessas premissas.
(1) - Um mundo que contenha seres significativamente livres e que livremente fazem mais o bem do que o mal é valioso, então esse mundo não contém criaturas livres pra nada, em outras palavras, tem apenas "robôs".
(2) - Deus pode criar criaturas livres, mas ele não pode causar ou determinar que elas façam apenas o que é certo. Isso não são criaturas livres.
(3) - Portanto, para criar seres com bem moral, ele deve criar criaturas capazes de moral ruim. Ele não pode criá-las com a liberdade de realizar o mal e ao mesmo tempo impedi-las de fazê-lo.
--> Isso refuta as premissas e o argumento de que Deus é mal ou de que Deus não existe porque o mal existe!
2 - A fonte do mal está no livre arbítrio das pessoas e na contemplação das dimensões do mal que, a saber, são de caráter metafísico, físico e moral.
Esta observação é parcialmente lógica e parcialmente psicológica. Logicamente, na ausência do conceito de mal não poderia haver uma concepção do bem, tal como não poderia haver uma noção de alto na ausência de uma noção de baixo. Não poderíamos sequer saber o que é o bem se não tivéssemos o mal para servir de comparação. Além disso, psicologicamente, se nunca sofrêssemos, tomaríamos as coisas boas por garantidas e não as desfrutaríamos tanto. Como poderíamos reconhecer e desfrutar a saúde se não existisse a doença? Portanto, desejar um mundo que contenha apenas coisas boas é uma tolice.
No entanto, mesmo que isto seja verdade, explica apenas por que razão Deus poderia permitir a existência de algum mal. De fato podemos precisar que nos aconteça algumas coisas más de vez em quando, apenas para que não nos esquecermos que somos tão afortunados. Mas isto não explica por que razão há tanto mal no mundo. O problema é que o mundo contém mais mal do que necessário para apreciar o bem. Se por exemplo o número de pessoas que morrem de tuberculose por ano fosse reduzido para metade, isso seria ainda suficiente para nos fazer apreciar a saúde. E como já temos que lidar com a tuberculose, não precisamos realmente do câncer, e ainda menos da AIDS, da distrofia muscular, da paralisia cerebral, do Ebola, da doença de Alzheimer e por aí vai.
3 - O mal não anula a inexistência de Deus. O mal simplesmente é a deturpação do bem causada pelo homem que se ausenta do bem! Deus nos dá até a moral objetiva para que o mundo tenha norte para agir bem. Se Deus é capaz de criar dois mundos POSSÍVEIS, ou seja, se é capaz de criar um mundo sem mal mas não o cria, isso significa que Deus é mal?! Deus deu o livre-arbítrio para que todos possam ter o poder de escolher, mas toda e qualquer escolha tem consequência.
--> Mas tal mundo aquele em que as ações erradas seriam impossíveis, e portanto, o livre-arbítrio seria nulo. Se esse princípio fosse levado à sua conclusão lógica, até mesmo os maus pensamentos seriam impossíveis! A matéria cerebral que usamos para pensar iria se recusar a fazer essa tarefa quando tentássemos enquadrá-los.
--> O fato de que muitos exercem sua liberdade para o mal, algumas vezes, não quer dizer que Deus não seja onipotente ou que ele não seja bom. Ele poderia ter prevenido a ocorrência da moral ruim apenas eliminando a possibilidade de boa moral.
Assim, mesmo Deus sendo todo-poderoso, é possível que não tivesse em seu ímpeto de criar um mundo contendo boa moral, mas nenhuma moral ruim, e portanto, não há inconsistência lógica envolvida quando Deus, apesar de totalmente bom, cria um mundo de criaturas livres que optaram o mal.
Conclusão:
• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal;
• Se Deus é todo poderoso, então pode criar qualquer mundo que desejar: FALSO. Há pelo menos alguns mundos que Deus não pode criar, mesmo que não deixe de ser onipotente.
• Se ele pode criar qualquer mundo que desejar, então ele iria preferir um mundo sem nenhum mal: FALSO. Depende do antecedente, que demonstramos não ser verdadeiro; também depende da impossibilidade do mal servir a um bem maior, que é uma opção logicamente possível;
• Mas o mal existe.
• Logo, Deus não existe: Falso. Não segue necessariamente. Portanto, a existência de Deus é compatível no nível lógico com a existência do Mal.
Então HÁ uma terceira saída possível para o silogismo. Podemos facilmente revertê-lo em:
• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal;
• Mas o mal existe;
• Deus é todo poderoso, mas isso não significa que ele pode criar mundos impossíveis;
• Se Deus não pode criar qualquer tipo de mundo, então é possível que ele prefira, dentro os mundos possíveis, um mundo que possua o mal;
• Então logicamente possível que Deus tenha razões morais
suficientes para permitir o mal;
• Logo, a existência de Deus é ao menos logicamente compatível com a existência do Mal.
O MAL NÃO ANULA DE FORMA ALGUMA A EXISTÊNCIA DE DEUS! E então não segue lógica e necessariamente a incompatibilidade entre Deus e o mal e o ateu não consegue fazer um caso contra o teísmo. Na verdade, podemos até mesmo rever a existência do mal, transformando em um ARGUMENTO para a existência de Deus!
Fonte: http://apologeticavii.blogspot.com.br/2017/05/refutacao-ao-paradoxo-de-epicuro.html?m=1
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