segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Refutação ao Paradoxo de Epicuro



Este é o famoso paradoxo Epicuro ou "problema do mal" que muitos ateus usam para afirmar que "Deus não existe" simplesmente porque o mal existe. O epicurismo era uma corrente filosófica que se baseava em semi-ateísmo e na busca dos prazeres. Esse paradoxo afirma a inexistência de Deus pela a existência do mal, apontando o problema do mal.
O paradoxo epicuro já foi refutado por diversos filósofos, mas deixarei aqui minha refutação.


Esse paradoxo, então, pode se resumir nas seguintes premissas:

• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal.

• Se Deus é todo poderoso, então pode criar qualquer mundo que desejar.

• Se ele pode criar qualquer mundo que desejar, então ele iria preferir um mundo sem nenhum mal.

• Mas o mal existe.

• Logo, Deus não existe.


--> Há uma grande falha nessas premissas.

(1) - Um mundo que contenha seres significativamente livres e que livremente fazem mais o bem do que o mal é valioso, então esse mundo não contém criaturas livres pra nada, em outras palavras, tem apenas "robôs".

(2) - Deus pode criar criaturas livres, mas ele não pode causar ou determinar que elas façam apenas o que é certo. Isso não são criaturas livres.

(3) - Portanto, para criar seres com bem moral, ele deve criar criaturas capazes de moral ruim. Ele não pode criá-las com a liberdade de realizar o mal e ao mesmo tempo impedi-las de fazê-lo.

--> Isso refuta as premissas e o argumento de que Deus é mal ou de que Deus não existe porque o mal existe!

2 - A fonte do mal está no livre arbítrio das pessoas e na contemplação das dimensões do mal que, a saber, são de caráter metafísico, físico e moral.
Esta observação é parcialmente lógica e parcialmente psicológica. Logicamente, na ausência do conceito de mal não poderia haver uma concepção do bem, tal como não poderia haver uma noção de alto na ausência de uma noção de baixo. Não poderíamos sequer saber o que é o bem se não tivéssemos o mal para servir de comparação. Além disso, psicologicamente, se nunca sofrêssemos, tomaríamos as coisas boas por garantidas e não as desfrutaríamos tanto. Como poderíamos reconhecer e desfrutar a saúde se não existisse a doença? Portanto, desejar um mundo que contenha apenas coisas boas é uma tolice.
No entanto, mesmo que isto seja verdade, explica apenas por que razão Deus poderia permitir a existência de algum mal. De fato podemos precisar que nos aconteça algumas coisas más de vez em quando, apenas para que não nos esquecermos que somos tão afortunados. Mas isto não explica por que razão há tanto mal no mundo. O problema é que o mundo contém mais mal do que necessário para apreciar o bem. Se por exemplo o número de pessoas que morrem de tuberculose por ano fosse reduzido para metade, isso seria ainda suficiente para nos fazer apreciar a saúde. E como já temos que lidar com a tuberculose, não precisamos realmente do câncer, e ainda menos da AIDS, da distrofia muscular, da paralisia cerebral, do Ebola, da doença de Alzheimer e por aí vai.

3 - O mal não anula a inexistência de Deus. O mal simplesmente é a deturpação do bem causada pelo homem que se ausenta do bem! Deus nos dá até a moral objetiva para que o mundo tenha norte para agir bem. Se Deus é capaz de criar dois mundos POSSÍVEIS, ou seja, se é capaz de criar um mundo sem mal mas não o cria, isso significa que Deus é mal?! Deus deu o livre-arbítrio para que todos possam ter o poder de escolher, mas toda e qualquer escolha tem consequência.

--> Mas tal mundo aquele em que as ações erradas seriam impossíveis, e portanto, o livre-arbítrio seria nulo. Se esse princípio fosse levado à sua conclusão lógica, até mesmo os maus pensamentos seriam impossíveis! A matéria cerebral que usamos para pensar iria se recusar a fazer essa tarefa quando tentássemos enquadrá-los.

--> O fato de que muitos exercem sua liberdade para o mal, algumas vezes, não quer dizer que Deus não seja onipotente ou que ele não seja bom. Ele poderia ter prevenido a ocorrência da moral ruim apenas eliminando a possibilidade de boa moral.

Assim, mesmo Deus sendo todo-poderoso, é possível que não tivesse em seu ímpeto de criar um mundo contendo boa moral, mas nenhuma moral ruim, e portanto, não há inconsistência lógica envolvida quando Deus, apesar de totalmente bom, cria um mundo de criaturas livres que optaram o mal.

Conclusão:

• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal;

• Se Deus é todo poderoso, então pode criar qualquer mundo que desejar: FALSO. Há pelo menos alguns mundos que Deus não pode criar, mesmo que não deixe de ser onipotente.

• Se ele pode criar qualquer mundo que desejar, então ele iria preferir um mundo sem nenhum mal: FALSO. Depende do antecedente, que demonstramos não ser verdadeiro; também depende da impossibilidade do mal servir a um bem maior, que é uma opção logicamente possível;

• Mas o mal existe.

• Logo, Deus não existe: Falso. Não segue necessariamente. Portanto, a existência de Deus é compatível no nível lógico com a existência do Mal.

Então HÁ uma terceira saída possível para o silogismo. Podemos facilmente revertê-lo em:

• Deus é todo poderoso, todo bom e odeia o mal;

• Mas o mal existe;

• Deus é todo poderoso, mas isso não significa que ele pode criar mundos impossíveis;

• Se Deus não pode criar qualquer tipo de mundo, então é possível que ele prefira, dentro os mundos possíveis, um mundo que possua o mal;

• Então logicamente possível que Deus tenha razões morais
suficientes para permitir o mal;

• Logo, a existência de Deus é ao menos logicamente compatível com a existência do Mal.

O MAL NÃO ANULA DE FORMA ALGUMA A EXISTÊNCIA DE DEUS! E então não segue lógica e necessariamente a incompatibilidade entre Deus e o mal e o ateu não consegue fazer um caso contra o teísmo. Na verdade, podemos até mesmo rever a existência do mal, transformando em um ARGUMENTO para a existência de Deus!


Fonte: http://apologeticavii.blogspot.com.br/2017/05/refutacao-ao-paradoxo-de-epicuro.html?m=1
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domingo, 29 de outubro de 2017

10 Falácias ateístas refutadas





1) "Não é possível convencer um crente a nada pois ele se baseia numa profunda necessidade de acreditar"


R: Carl Sagan: “não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências, baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar”.

O retrato depreciativo é exposto pela afirmação de Carl Sagan que divide os seres humanos em duas classes: os fracos, que “necessitam acreditar” e os fortes e durões, como ele próprio, que encaram a realidade. A finalidade do parágrafo é puramente intimidatória: quer fazer com que você já entre na leitura prevenido de que, se não concordar com ele, será um fracote desprezível, um bobalhão sugestionável. A citação de Sagan só impressiona pela pobreza do seu diagnóstico psicológico a fé religiosa não é nenhum tranquilizante para fracotes amedrontados. É um desafio temível, que implica, no mínimo, a disciplina do autoconhecimento através do exame de consciência.


Não vejo o que possa haver de tranquilizante e anestésico num jogo onde a maior possibilidade é a de que o jogador termine no inferno, já que “muitos são os chamados e poucos os escolhidos”. A profunda incerteza quanto ao destino eterno de cada qual está no cerne mesmo da vida cristã, e essa experiência é incompatível com a “necessidade de acreditar” da qual fala Carl Sagan. Os relatos de crentes famosos a esse respeito são tantos, mas os Sagans da vida não se dão o trabalho de lê-los: preferem adivinhar tudo de fora. Se lessem os depoimentos de Santa Teresa, Thomas Merton, Léon Bloy, Georges Bernanos, C. S. Lewis, Julien Green, Simone Weil – escolhidos a esmo entre milhares –, entenderiam claramente o óbvio: a fé como tranquilizante para pessoas inseguras é apenas um slogandifamatório que não tem nada a ver com a realidade da vida cristã.



CONCLUSÃO: Se o neo-ateu tentar aplicar essa fraude, é só demonstrar o discurso de auto-ajuda e as falhas lógicas. Nesse sentido, paródias do tipo “O ateu não acredita em Deus por puro medo do inferno e também porque quer cometer imoralidades toleradas pela sociedade, mas não pelo cristianismo, sem ficar com peso na consciência” é um bom modo de fazê-lo acordar para a realidade e para a falha do argumento. Só um pouco de ceticismo já demole essa técnica.




2) "Não há evidências portanto não existe"


R: Não termos evidências para algo não implica em inexistência. Implica, no máximo que não sabemos se tal elemento existe ou não.


Vamos aplicar o raciocínio neo-ateu para outras situações: digamos que, há 5.000 anos atrás, nenhuma pessoa no mundo tivesse indícios da existência de átomos ou do planeta Saturno. O fato dos seres humanos serem ignorantes acerca das evidências significava que os átomos não existiam? Que Saturno não existia? Ou simplesmente que nós NÃO tínhamos condições de fazer um julgamento positivo ou negativo sobre o assunto?


Outro exemplo: até bem pouco tempo, não sabíamos das bactérias de arsênio anunciadas pela NASA. Isso significa que elas não existiam e passaram a existir pela produção das provas ou simplesmente não tínhamos provas da sua existência e elas já existiam, independentemente disso?


Não há como criar confusões: a existência é afirmada com evidências de existência e a inexistência é afirmada com evidências de inexistência. Na absoluta falta de provas para um lado ou para outro, o máximo que podemos fazer é ficarmos NEUTROS sobre o assunto. Não temos provas para a existência de “Y”, nem indícios para sua inexistência. Existe ou não? A resposta é “não sei”. Simples assim.





3) "A Bíblia é da idade do bronze os escritores bíblicos eram desprovidos de estudo e de conhecimento científico"

R: O erro aqui é supor que é importante a idade ou o contexto de uma informação para ela ser correta.

Isso pode ser verdade, por exemplo, para tecnologia ou teorias científicas, que vão se atualizando e recebendo “correções” por via empírica ao longo do tempo.

Mas não é para livros como a Bíblia. A Bíblia tem uma história de cunho ESPIRITUAL. A função da Bíblia é aproximar o homem de Deus, não dar princípios de hidrodinâmica ou montagem de carros, que vão sendo “aperfeiçoadas”.


Pensando em uma analogia: os princípios básicos do discurso lógico são os mesmos em qualquer lugar e qualquer tempo. Por isso, o trabalho de Aristóteles, que foi realizado CENTENAS de anos antes de Cristo ainda é válido e pode ser estudado.

E o mesmo aconteceria para uma forma de revelação espiritual que fosse válida para qualquer lugar e tempo. Deus representa a verdade eterna; se Ele resolvesse revelar uma forma que considere válida para qualquer lugar e tempo (e estivesse satisfeito com ela – como os cristãos acreditam que Ele considerou em Jesus Cristo – sem precisar de reparos), mesmo que fosse há muito tempo, por que precisaria ficar dando “upgrades” o tempo todo? Não há sentido.


E o fato de os escritores da Bíblia serem pessoas “humildes” ou “sem conhecimento científico”, em certo sentido, também não importa nada. É o mesma falha anterior: pressupor que eles estavam trabalhando dentro de um “framework” tipicamente humano e científico. Mas se a Bíblia for verdadeira, então a inspiração para vem de Deus; e não importa o tipo de pessoa que recebeu a mensagem (pastor, pescador, pobre, etc). A falta de conhecimento científico também é irrelevante, pois a Bíblia (novamente) é de cunho espiritual. Fácil de entender.


A verdadeira questão que deveria ser feita: “Qual é a justificativa para se acreditar na Bíblia?”


Dizer que não é justificado porque “é um livro antigo” é a falácia ad novitatem, de cara. Ataques a pessoa dos escritores (como “eram pastores” ou “não sabiam ciência”) são falácias ad hominem e utilização da técnica do desvio (pois isso não importa para alguém ter ou não uma revelação, nem a Bíblia é dirigida para a pesquisa científica). Depois de entender esses erros lógicos crassos, o argumento passa quase a ser digno de piada.




4) "Ou Deus vem aqui e quebra 'meu dedo', ou então ele não existe"

R: erro COLOSSAL desse argumento é que ele INVERTE a descrição da realidade normalmente proposta pelo religioso tradicional (coisa típica da mentalidade revolucionária, diga-se de passagem). Para um religioso tradicional, existe uma ordem no Universo, na qual Deus é o ser superior e o homem está abaixo. Ou seja, é o HOMEM que tem que seguir essa ordem existente e não Deus que deve se sujeitar aos caprichos e desejos humanos. E isso não implica em incapacidade de Deus, pois basta que ele tenha motivos suficientes para não responder ao desafio para que não aja (o que é diferente de não ter o poder para isso). Esse fato só implicaria falta de poder se Ele fosse um ente utilizável como um “controle remoto” universal ou um gênio da lâmpada, o que é bem diferente do descrição clássica.


Assim, se alguém faz um desafio para Deus, o fato de ele não aceitar não influência em absolutamente NADA, filosoficamente, na discussão sobre sua existência ou não.


A questão é simples: se houver qualquer razão para Deus (que está acima na escala, segundo a definição religiosa) não agir imediatamente diante de qualquer provocação, como preservação do livre-arbítrio, produção de resultados ruins em longo prazo diferentes do que ele gostaria ou etc, o argumento (se é que podemos chamar de argumento) é falho. Enquanto existir a mínima possibilidade de haver alguma razão, então o neo-ateu já perdeu feio no seu desafio infantil que conclui a não existência de Deus.


Vamos ilustrar com um caso banal: imagine que existam dois coleguinhas de uns oito anos em um parquinho. Um deles não aceita de jeito nenhum que o outro acredite que têm um pai está vivo. Aí, para resolver a questão, ele diz: “Se seu pai existe, que ele venha aqui me dar uma surra então! Se ele é adulto, ele deve ser forte o bastante para isso! E aí, será que ele vai conseguir?”


Mas é claro que o pai teria razões morais suficientes para não aceitar esse desafio estúpido. Possivelmente ainda iria desprezá-lo por completo, por ser algo completamente imaturo.



5) "Deus estava carente e criou o universo, para satisfazer seu ego"




R: De onde foi tirada que Deus criou o universo para satisfazer alguma necessidade?

Teólogos e filósofos apresentaram uma resposta coerente e objetiva ao problema, que qualquer um capaz de entender. Se Deus é perfeito, então, por definição, ele é bondoso e amoroso (*). Um ser pode praticar atos de bondade sem ser para satisfação pessoal e sim para o benefício de outrem. Um exemplo comum: se eu dou comida para uma criança de rua, não estou, necessariamente, praticando um ato para satisfazer meu ego. Posso estar simplesmente querendo ajudar, sincera e genuinamente, aquele que se encontra ali.


Então, se eu alimento a criança de rua, é para o benefício dela, não necessariamente para satisfazer minhas necessidades internas. Se Deus criou a humanidade, foi para o benefício da Criação, não para satisfazer sua própria carência.




6) "Deus é onisciente portanto não existe livre arbítrio"



R: E o fato de Deus saber qual seria a decisão "livre de Raquel" impede que essa decisão seja livre, tenha sido tomada por "Raquel'? Não é o caso. Liberdade não é a mesma coisa que impredictibilidade. É logicamente possível que alguém seja capaz de prever ações livres. Somente perderíamos a liberdade se a crença de Deus fosse causalmentedeterminante da ação. Mas é justamente o contrário. "A relação da crença de Deus com Raquel é no máximo uma relação semântica. É Raquel, quem ela é, como ela toma suas decisões, etc, que causa a crença de Deus e não o inverso."



Seria como um goleiro muito bom que quase sempre acerta o canto no pênalti. O batedor sempre vai escolher livremente e o goleiro sempre tem o palpite certo. Mas isso não significa que ele determinou o canto ao pular. Não foi ele que determinou o canto; ele somente adivinha muito bem. E o mesmo iria para um goleiro que sempre acerta. Assim como aquele que quase sempre acerta, seu pulo não determina a ação livre do batedor.




7) "Como vamos saber o que é literal e o que não é?"



R: Esse é mais um estratagema de confusão, cuja base se fundamenta na idéia de é impossível determinar os sentidos dos textos bíblicos o que, por extensão, nos levaria a dotar uma visão 100% literal do livro.


A reclamação pode vir de uma maneira parecida com essa:

“Se a bíblia é tão cheia de metáforas e parábolas, como diferenciar o que é e o que não é? Se há partes que vocês consideram literais, então porque as outras não seriam?”


Para entender essa questão, precisamos entender que tipo de texto é o bíblico. A Bíblia não é um livro científico: ela não foi feita para descrever sistematicamente o mundo natural, como fazem as pessoas nos laboratórios. O objetivo principal da Bíblia é possibilitar umaaproximação do homem com Deus.




E para realizar essa aproximação, o escritor bíblico pode utilizar dos vários sentidos que encontramos na Escritura, como o moral (orientando os valores e os costumes – por exemplo, ao lermos o mandamento “Não matarás”, entendemos que esse trecho possui um sentido moral), o alegórico ou metafórico (que servem de auxílio para descobrirmos os significados das coisas complexas ou ocultas), o literal (relatando fatos históricos que realmente aconteceram) e o anagógico (que é focado no encaminhamento das realidades transcendentais). Ao sabermos da existência desses quatro sentidos, pegamos um trecho bíblico e o analisamos com uma série de perguntas, tendo por base como:


•As palavras de quem estão sendo relatadas?

•Quem foi o autor desse livro?

•Qual seu propósito ao escrever esse livro?

•A qual gênero literário o livro/trecho escrito pertence?




Qual o significado que os principais termos utilizados tinham à época? (para não cairmos no anacronismo de julgarmos com a nossa visão dos termos o que foi escrito antes);



Em qual cultural e em qual momento histórico ele estava inserido quando escreveu tal livro?
E não se trata de “desculpa”, pois esse tipo de interpretação é feita para QUALQUER livro. Por isso, um cristão está justificado ao agir assim também com a Bíblia.


Levando esses aspectos em conta, já dá para diferenciar o que é e o que não é literal. Talvez não seja fácil, mas a preguiça intelectual não justifica a exigência de uma interpretação 100% literal de tudo que está escrito na Bíblia – pedir isso é como querer justificar um crime com base na própria torpeza.


Conclusão:

O que tem ser feito, por um cristão, é uma análise literária baseada nos princípios acima. Assim, os vários sentidos do texto bíblico são desvendados. E nada dessa bobagem de “se uma parte for literal, todo o restante tem obrigatoriamente que ser também”. Se existe um método para diferenciar, então não cabe mais as reclamações dos neo-ateus.




8) "Afirmações extraordinárias exigem evidências extraordinárias"



R: Essa técnica é uma das mais interessantes, uma vez que torna praticamente impossível convencer o neo-ateu da existência de Deus. Esse argumento baseia-se em uma premissa bastante simples, mas que gera alguns sérios problemas no debate: “Coisas extraordinárias exigem evidências extraordinárias”.


O erro dessa argumentação é bastante simples, mas nem sempre é fácil de perceber. Façamo-nos uma pergunta: O que é extraordinário? Algo fora do comum, que nos surpreende, certo? Contudo, eu não me surpreendo nem um pouco com a possibilidade da existência de Deus, não me é algo extraordinário.


Acho que fui rápido demais, vou dar um exemplo para facilitar o entendimento. Lembre-se de sua avó tricotando. Muitas vezes aquilo pode ter lhe parecido algo incrível, extraordinário, mas era a coisa mais simples do mundo para a sua avó. Pergunta: Qual dos dois estava certo? Não acho que seja o caso de darmos razão a um deles e tirar do outro. Ora, a complexidade e “extraordinariedade”(se é que existe tal palavra) de algo dependem de um referencial.


Dessa forma, o Teísta pode considerar a hipótese da não-existência de Deus algo extraordinário, tal como o ateu pode achar que a hipótese da existência de Deus algo extraordinário. Qual dos dois está correto? Não creio que possamos colocar um dos dois como o certo da questão: O que é ou não extraordinário cabe a você mesmo decidir.




9) "Deus criou o inferno, portanto ele é mal"



R: Se nos foi dado o livre arbítrio, temos liberdade de escolha e, justamente por isso, cometemos pecados. Até o final, podemos escolher se preferimos abandonar o pecado e nos unir a Deus ou se preferimos o pecado e não renunciamos a ele. É justamente essa escolha que Deus vê para tomar a decisão: Se escolhemos abandonar o pecado, Ele nos concede o céu. Se nós preferimos o pecado, então Ele nos deixa escolhê-lo e ir para o Inferno.



Como exatamente nos dar a completa liberdade de escolher o que queremos é maldade? Não é Deus que nos manda ao Inferno, mas nós mesmos escolhemos nosso destino. Para não nos obrigar a seguí-lo, Deus nos deixa escolher entre abandonar ou não o pecado, e a escolha cabe a nós. No fim das contas, não é Deus que nos condena, mas nós mesmos. Ao contrário, Deus apenas nos salva, pois nossos pecados não nos deixariam ir ao Paraíso com Ele, mas sua misericórdia permite que Ele nos purifique do pecado para que possamos fazê-lo.


Objeção: Deus poderia não ter criado aqueles que iriam ao Inferno


A princípio, parece uma boa ideia, mas na prática não é. Pensem comigo: O livre arbítrio é a liberdade de escolher entre o bem e o mal… Se Deus elimina as pessoas que escolhem o mal, mesmo que só em uma circunstância, como elas iriam escolher? Dessa forma, seria o mesmo que só dar opção de ir ao céu, ou seja, as pessoas criadas não teriam verdadeiramente o livre arbítrio, pois desde o princípio não haveria dúvidas de que elas obrigatoriamente iriam para o céu, ou então elas nem existiriam.


De fato, elas manteriam a liberdade de escolher entre o bem e o mal na Terra e depois se arrepender, mas elas não poderiam escolher o pecado ao invés de Deus. Ou seja, uma parte do livre-arbítrio não existiria, pois ela não teria como escolher entre céu e inferno, já que qualquer um que fosse escolher o inferno não viria a existir. Se Deus queria o livre arbítrio, não poderia não criar as pessoas que iriam ao Inferno.


Conclusão:

A crítica até faria sentido, se a nossa condenação fosse uma escolha de Deus. Deus quer salvar todos nós e exatamente por isso Cristo pagou os nossos pecados na cruz. Ele nos dá a liberdade de escolha. Quem preferir o pecado, pode ficar com ele. Quem preferir a Deus, irá com Ele. Felizmente, não entramos no céu por nossos méritos – pois se fôssemos medir nossos méritos não entraríamos -, mas pela misericórdia de Deus que nos purifica do pecado para que possamos ser salvos.


Ou seja, a condenação é feita por nós mesmos, que não queremos ser perdoados. Contudo, a Salvação só ocorre por meio de Deus.

E o pedido de não criar as pessoas que iriam ao inferno para evitar o seu sofrimento não faz sentido, pois seria o mesmo que acabar com o livre-arbítrio.




10) "Deus manda não matar, mas ele mesmo mata"


R: Para ver que a técnica é falha, basta lembrar de como funcionam as Leis de Deus. Ele passou, de fato, claramente o Mandamento “não matarás”, mas para quem Ele deu tal mandamento? Obviamente, o mandamento foi dado a nós, seres humanos, pois estamos todos em pé de igualdade(eu e você somos iguais perante Deus). Contudo, essas regras não podem valer para Deus porque Ele é superior a nós.


Não está convencido? Vou dar um exemplo para que fique mais claro.


Imagine uma escola de maternal, e as crianças usam tesouras algumas vezes. Preocupado com a segurança dos alunos, o diretor se reúne com os professores e eles definem que os alunos não poderão trazer tesouras com pontas para a escola, evitando que se machuquem. Assim decidido, manda-se uma circular para os pais comunicando a nova norma.


Daí a um mês, uma mãe vai conversar com o diretor da escola, e ao entrar na sala vê uma tesoura com ponta na mesa do diretor. O que uma pessoa normal faria? Absolutamente nada, afinal o diretor está em um nívelsuperior ao dos alunos. Contudo, aplicando a prática neo-ateísta exposta nessa técnica, o que a mãe faria? Começaria imediatamente a esbravejar: “Seu hipócrita! Proíbe as crianças de usar as tesouras com pontas e as usa, não é?! HIPÓCRITA!”. Eu, particularmente, não ficaria surpreso se uma mulher que fizesse isso fosse levada ao hospício.


Aqui alguns poderiam até entrar com a objeção de que os 10 Mandamentos não foram enviados aos homens somente, mas a Deus também. Para ver se isso faz sentido, precisamos avaliar apenas alguns mandamentos: Honrar pai e mãe, por exemplo. Como os neo-ateus esperam que Deus honre pai e mãe se Ele não os possui? Ou não roubarás. Não roubará de quem, se tudo é Dele?

Essa objeção não faz sentido nenhum. Os mandamentos foram claramente dados aos homens, e Deus não está sujeito a tais Mandamentos. A refutação se torna, então, bastante simples:


NEO-ATEU: Deus é um hipócrita, pois não segue os próprios mandamentos!


REFUTADOR: Que sentido tem isso? Deus deu os mandamentos aos homens, e não a si mesmo! Ele é superior a nós, então não está sujeito a tais mandamentos.


Conclusão:

A acusação neo-ateísta de que Deus é um hipócrita não faz o menor sentido, uma vez que seus mandamentos foram dados aos homens e Deus é um ser superior aos demais. Assim sendo, chamar Deus de hipócrita é como fazer o que a mãe do exemplo fez: Passar-se por maluca. Não faz sentido nenhum fazer tais reclamações. A fraude é muito simples e por isso tem uma forma muito simples de refutação.



FONTE: http://teismo.net/quebrandoneoateismo.com.br
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terça-feira, 12 de setembro de 2017

6 Perguntas respondidas sobre o livro de Deuteronômio



1) HOREB OU MONTE SINAI? 


DEUTERONÔMIO 4:10-15 - A lei foi dada em Horebe ou no monte Sinai?


PROBLEMA: Êxodo 19:1 afirma que Moisés recebeu a Lei no monte Sinai (cf. v. 18). Mas em
Deuteronômio 4:10 afirma-se que Moisés a recebeu "em Horebe". Onde foi, realmente, que ele recebeu a Lei?


SOLUÇÃO: Várias são as explicações possíveis para esta divergência. Alguns eruditos acreditam que Sinai possa ter sido o nome mais antigo o Horebe, o menos antigo do mesmo lugar. Outros sustentam que Horebe possa ter sido o nome da serra em geral e Sinai, o nome específico de um dos
montes pertencentes a ela. Ainda outros crêem que Sinai é que era o nome do conjunto de todas as montanhas da região, sendo Horebe um determinado monte ali. Ou, ainda, que os dois nomes oram intercambiáveis.
Seja como for, os autores bíblicos, muito mais próximos dos eventos originais do que nós
hoje, não viram problema algum em usar os dois nomes. Horebe é usado 17 vezes e monte Sinai, 21 vezes no AT. O uso de dois nomes não é algo fora do comum. O nome oficial do pico mais alto da América do Norte, o monte McKinley, no Alasca, é chamado de Denali por nativos americanos e por muitos outros.




2) PROFECIA A RESPEITO DE MAOMÉ?


DEUTERONÔMIO 18:15-18 - É esta uma profecia acerca do profeta Maomé


PROBLEMA: Deus prometeu a Moisés: "Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhes ordenar".
Os muçulmanos acreditam que esta profecia cumpriu-se com Maomé, como declara o Alcorão, ao referir-se a "O iletrado Profeta [Maomé], o qual é encontrado em suas próprias [escrituras], na Lei e
nos Evangelhos" (Surá 7:157).


SOLUÇÃO: Esta profecia não pode ser uma referência a Maomé por várias razões. Primeiro, o termo "irmãos" refere-se aos filhos de Israel, não aos seus antagonistas árabes. Por que iria Deus despertar um profeta para Israel que proviesse de seus inimigos?
Segundo, no contexto deste mesmo versículo, o termo "irmãos" aplica-se aos que são
israelitas. Pois aos levitas foi dito: "não terão herança no meio de seus irmãos"(v.2). Terceiro, em qualquer outro lugar neste livro do AT o termo "irmãos" refere-se também aos israelitas, e não a estrangeiros. Deus disse-lhes para escolher um rei "de entre os teus irmãos", e não a um estrangeiro. Israel nunca escolheu um rei que não fosse judeu.
Quarto, Maomé veio da linhagem de Ismael, como os próprios muçulmanos admitem, mas a
bênção de Deus estava sobre a linhagem de Isaque. Quando Abraão orou: "Tomara viva Ismael diante de ti", Deus respondeu enfaticamente: "A minha aliança... estabelecê-la-ei com Isaque..."(Gn 17:18,21). Posteriormente Deus repetiu: "Por Isaque será chamada a tua descendência" (Gn 21:12).
Quinto, o próprio texto do Alcorão estabelece que a linha profética veio através de Isaque, e
não de Ismael: "E nós concedemos Isaque e Jacó, e nós estabelecemos os profetas e as escrituras em sua semente" (Surá 29:27). O erudito muçulmano Yusuf Ali acrescenta a palavra "Abraão" e muda o significado da seguinte maneira: "Nós demos (Abraão), Isaque e Jacó, e ordenamos entre os seus
descendentes os Profetas e a Revelação". Ao acrescentar "Abraão", que foi o pai de Ismael, ele pôde então incluir Maomé, descendente de Ismael, na linha profética! Mas o nome de Abraão não é encontrado no texto árabe original.
Sexto, Jesus foi quem perfeitamente cumpriu aquele versículo, já que: (1) Ele foi um judeu,
no meio de seus irmãos judeus (cf. Gl 4:4). (2) Ele cumpriu Deuteronômio 18:18 perfeitamente: "ele lhes falará tudo o que eu lhes ordenar". Jesus disse: "nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou" (Jo 8:28). E, "porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que anunciar" (Jo 12:49). (3) Ele referiu-se a si mesmo como "profeta" (Lc 13:33), e as pessoas o consideravam profeta (Mt 21:11; Lc 7:16; 24:19;
Jo 4:19; 6:14; 7:40; 9:17). Como Filho de Deus, Jesus era profeta (aquele que fala aos homens, da parte de Deus), era também sacerdote (Hb 7-10, o que fala a Deus, da parte dos homens) e rei (o que reina sobre os homens, como Deus, Ap 19-20). Finalmente, há outras características do "Profeta" que estão de acordo apenas com a vida de Jesus, e não com a de Maomé, tais como: Jesus falou com Deus "face a face" e realizou "sinais e maravilhas".



3) PORQUE É UMA ABOMINAÇÃO, HOMEM SE VESTIR DE MULHER?


DEUTERONÔMIO 22:5 - Por que Deus declarou ser uma abominação um homem vestir-se
como mulher, e vice-versa?


PROBLEMA: O que há de errado em se vestir como alguém do sexo oposto? Não se trata apenas de uma questão de preferência cultural, nada havendo intrinsecamente imoral nisso?


SOLUÇÃO: A intenção de Deus nesta passagem aparentemente foi tornar possível a distinção de um sexo do outro. Sem roupas e comprimento do cabelo distintivos, os sexos poderiam ser mais facilmente confundidos, e as fronteiras da impropriedade social
e moral seriam muito mais facilmente transgredidas. É claro que a definição quanto a que roupas são masculinas e quais são femininas em grande parte é determinada pela cultura. Mas, de qualquer modo, os travestis por isso enquadram-se na abominação.




4) O HOMOSSEXUALISMO É CONSIDERADO PECADO POR SE RELACIONAR COM IDOLATRIA?

DEUTERONÔMIO 23:17 - O homossexualismo foi condenado por relacionar-se com a
idolatria?


PROBLEMA: Alguns argumentam que a condenação bíblica do homossexualismo foi por causa das prostitutas cultuais e das práticas homossexuais que havia em templos idolatras (Dt 23:17).
Insistem em dizer que o homossexualismo em si não é condenado, mas apenas os atos
homossexuais associados à idolatria, tais como os praticados pelas prostitutas do templo (1 Reis 14:24).


SOLUÇÃO: As práticas homossexuais não são condenadas na Bíblia simplesmente por terem sido relacionadas com a idolatria. Isso é evidente por várias razões. 

Primeiro, a condenação das práticas
homossexuais com freqüência é feita fora de qualquer contexto da prática da idolatria (Lv 18:22; Rm 1:26-27).

Segundo, quando o homossexualismo é associado com a idolatria (tal como a prostituição cultural, no templo), as duas coisas não são ligadas em essência. São apenas pecados concomitantes, mas não há uma equivalência entre eles.

Terceiro, o pecado da infidelidade sexual com freqüência é usado como uma ilustração da
idolatria (por exemplo, Oséias 3:1; 4:12), mas ele não tem necessariamente uma conexão com ela. A idolatria é uma forma espiritual de imoralidade. Mas a imoralidade é errada, mesmo no caso de não ter conexão alguma com nenhuma forma de idolatria. 

Quarto, a idolatria pode levar à imoralidade (cf. Rm 1:22-27), mas são pecados diferentes.
Quinto, até mesmo os Dez Mandamentos fazem distinção entre a idolatria (Primeira Tábua da Lei, Êx 20:3-4) e os pecados do sexo (Segunda Tábua da Lei, Êx 20:14,17).




5) O ENSINO DE MOISÉS SOBRE O DIVÓRCIO NÃO ESTARIA CONTRADIZENDO JESUS?

DEUTERONÔMIO 24:1-4 - O ensino de Moisés quanto ao divórcio é contrário ao ensino de
Jesus e de Paulo?


PROBLEMA: De acordo com Deuteronômio 24:1-4, era permitido a um homem conceder divórcio à sua mulher se ele descobrisse que ela tinha sido infiel. Entretanto, de acordo com o ensino de Jesus em Marcos 10:1-12, e o de Paulo em 1 Coríntios 7:10-16, parece que não é permitido o divórcio nem um novo casamento posterior. O ensino encontrado em Deuteronômio é então contrário ao ensino de Jesus e ao de Paulo?


SOLUÇÃO: Seria um erro admitir que as afirmações de Moisés tenham dado uma sanção divina ao divórcio. A passagem apresenta uma situação hipotética que tinha grande probabilidade de acontecer entre o povo. Ela simplesmente diz que se um homem se divorciar de sua mulher por causa de impureza dela, e se ela casar-se novamente com outro, e se esse seu novo marido morrer
ou dela se divorciar, não é permitido ao primeiro marido recebê-la de volta. Não se trata de uma aprovação ao divórcio. Pelo contrário, é o reconhecimento do fato do divórcio e a aplicação de uma regulamentação concernente ao casamento pela segunda vez.
Como Jesus disse em Marcos 10:5, Moisés concedeu o divórcio e deu tal preceito "por causa da dureza" do coração deles, mas não é este o ideal de Deus. O plano perfeito de Deus para o casamento sempre foi o do compromisso entre o marido e a mulher por toda a vida. Não há contradição entre o ensino de Moisés e o ensino de Jesus e de Paulo. Moisés simplesmente reconheceu o fato do divórcio, ao passo que Jesus e Paulo apresentaram o ideal de Deus para o
casamento, como foi desde o princípio.



6) SE MOISÉS E AUTOR DO PENTATEUCO, PORQUE RELATA SUA PRÓPRIA MORTE?


DEUTERONÔMIO 34:1- Como este capítulo poderia ter sido escrito por Moisés, se ele fala
da sua morte?


PROBLEMA: Deuteronômio 34 é um registro da morte de Moisés no vale de Moabe. Entretanto, a autoria do livro de Deuteronômio tradicionalmente tem sido atribuída a Moisés. Como ele poderia ter escrito este capítulo que relata a sua própria morte e o seu enterro?


SOLUÇÃO: Primeiro, não é necessário concluir que Moisés não poderia ter escrito o seu próprio obituário. Está perfeitamente dentro do poder de Deus revelar o futuro com todos os seus detalhes (cf. Dn 2; 7; 9; 12). Não é irracional acreditar que o Espírito de Deus, através de Moisés, tenha redigido este capítulo final. Se considerarmos que este capítulo foi escrito por Moisés ou por Josué ou por outra pessoa, isso não implica que Moisés não tenha sido o autor do texto de Deuteronômio
ou dos quatro primeiros livros do Pentateuco.
Segundo, é perfeitamente razoável admitirmos que alguém, talvez Josué, tenha acrescentado
este capítulo final aos livros de Moisés como uma apropriada conclusão à vida desse grande homem de Deus. Não é de todo uma prática incomum alguém acrescer um obituário ao fim do trabalho de um grande homem. Isso é semelhante à prática de uma pessoa escrever um prefácio à obra de outrem.



Fonte: Livro Manual Popular - Duvidas, Enigmas E Contr. Biblia de Norman Geisler

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domingo, 10 de setembro de 2017

30 perguntas respondidas sobre o Novo Testamento



1) JESUS VEIO POR UM FIM NA LEI MOSAICA?


MATEUS 5:17-18 - Jesus veio para pôr um fim na Lei de Moisés?


PROBLEMA: Jesus disse muito explicitamente: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir." Entretanto, certa ocasião Jesus aprovou seus discípulos quando eles quebraram a lei dos judeus quanto ao trabalho no sábado (Mc 2:24), e o próprio Jesus aparentemente aboliu a lei cerimonial ao considerar puros todos os alimentos (Mc
7:19). Os discípulos de Jesus rejeitaram claramente muito do que era da lei do AT, inclusive a circuncisão (At 15; Gl 5:6; 6:15). De fato, Paulo declarou: "Não estais debaixo da lei e sim da graça" (Rm 6:14), e afirmou, também, que os Dez Mandamentos, gravados em pedra, tinham sido removidos em Cristo (2 Co 3:7,14).


SOLUÇÃO: Na questão quanto a se a Lei de Moisés foi abolida por Cristo, a confusão se
estabelece por se deixar de fazer distinção entre várias coisas.
Em primeiro lugar, há a confusão do tempo. Durante sua vida terrena, Jesus sempre guardou pessoalmente a Lei de Moisés, inclusive oferecendo sacrifícios aos sacerdotes judeus (Mt 8:4), participando das festas judias (Jo 7:10) e comendo o cordeiro pascal (Mt 26:19). De vez em quando ele violava as tradições falsas dos fariseus, que tinham sido levantadas em torno da Lei (cf. Mt 5:43-44), repreendendo-os: "Invalidastes a palavra de Deus, por causa da vossa tradição" (Mt 15:6).
Os versículos que indicam que a Lei foi cumprida referem-se à situação depois da cruz, quando não há "nem judeu nem grego... porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3:28).
Em segundo lugar, há uma confusão quanto a certos aspectos. Pelo menos algumas das
referências (se não todas) à Lei, a respeito de elas terem sido abolidas no NT, referem-se a
cerimônias e tipos do AT. Esses aspectos cerimoniais e tipológicos da Lei de Moisés foram de forma clara abolidos quando Jesus, o nosso cordeiro pascal (1 Co 5:7), cumpriu os tipos e predições da Lei quanto à sua primeira vinda (cf. Hb 7-10). Nesse sentido, Jesus claramente aboliu os aspectos cerimoniais e tipológicos da Lei, não destruindo-a, mas cumprindo-a. Finalmente, há uma confusão quanto a contexto, mesmo quando as dimensões morais da Lei são discutidas. Jesus, por exemplo, não apenas cumpriu as exigências morais da Lei por nós (Rm
8:2-3), mas também o contexto nacional e teocrático no qual os princípios morais de Deus foram expressos no AT não mais se aplica aos cristãos nos dias de hoje. Por exemplo, não estamos debaixo dos mandamentos como Moisés os expressou para o povo de Israel, porque, ao serem expressos ao povo nos Dez Mandamentos, eles traziam a recompensa de que os judeus viveriam uma longa vida "na terra [da Palestina] que o Senhor, teu Deus, te dá [aos israelitas]" (Êx 20:12). Quando o
princípio moral contido nesse mandamento do AT é estabelecido no NT, ele se expressa num
contexto diferente, a saber, num contexto que não é nacional nem teocrático, mas pessoal e
universal. Para todas as pessoas que honram seus pais, Paulo declara que eles terão "longa vida sobre a terra" (Ef 6:3). De igual forma, os cristãos não mais estão debaixo do mandamento de Moisés para cultuarem no sábado (Êx 20:8-11), já que, depois da ressurreição, das aparições e da ascensão (as
quais ocorreram todas no domingo), os cristãos cultuam no domingo em vez de no sábado (veja At 20:7; 1 Co 16:2).
O culto do Shabbath, declarou Paulo, era no AT apenas uma "sombra" da realidade nova que
foi inaugurada por Cristo (Cl 2:16-17). Já que até mesmo os Dez Mandamentos, como tais, foram expressos dentro de um contexto nacional, judeu, teocrático, então o NT pode falar corretamente que o que estava "gravado em pedras" foi, "em Cristo, removido" (2 Co 3:7,13-14).
Entretanto, isso não significa que os princípios morais contidos nos Dez Mandamentos, que
refletem a verdadeira natureza de um Deus imutável, não são mais pertinentes aos crentes nos dias de hoje. De fato, cada um dos princípios contidos nos Dez Mandamentos é restabelecido num outro contexto no NT, exceto, é claro, o mandamento para descansar e cultuar no sábado.
Os cristãos hoje não mais se acham debaixo dos Dez Mandamentos tais como foram dados
por Moisés, da mesma forma como não estamos debaixo dos requisitos da Lei Mosaica de sermos circuncidados (veja At 15; Gl 3) ou de levarmos um cordeiro ao templo em Jerusalém para ser sacrificado. O fato de estarmos presos a leis morais semelhantes confia o adultério, contra a mentira, contra o roubo e contra o assassinato não prova que estamos ainda debaixo dos Dez Mandamentos, assim como o fato de haver leis de trânsito semelhantes nos diversos estados de um
país não implica que um infrator da lei no estado "A" esteja sujeito à lei do estado "B".
A verdade é que aquele que violou uma lei no estado "A" não violou lei alguma do estado
"B", nem muito menos está sujeito às penalidades impostas neste estado. Da mesma maneira, embora tanto o AT como o NT se pronunciem contra o adultério, a punição no entanto é diferente - a pena capital no AT (Lv 20:10) e somente a excomunhão da igreja no NT (1 Co 5:1-13), com a esperança de uma reintegração mediante o arrependimento (cf. 2 Co 2:6-8).



2) PORQUE NO ANTIGO TESTAMENTO PODÍAMOS ODIAR OS INIMIGOS?


MATEUS 5:43 - Por que o AT prescreveu que se poderia odiar os inimigos?


PROBLEMA: Jesus disse quanto ao AT: "Ouvistes o que foi dito: Amarás ò teu próximo e odiarás o teu inimigo" (Mt 5:43). Como poderia um Deus de amor (Êx 20:2,6; 1 Jo 4:16) ordenar que eles odiassem seus inimigos?


SOLUÇÃO: Deus nunca ordenou a seu povo, em qualquer época, que odiasse seus inimigos (ver
comentários de Malaquias 1:3). Deus é um Deus de amor, que não muda (cf. 1 Jo 4:16; Ml 3:6), e não pode odiar a quem quer que seja, nem pode ordenar a ninguém que faça isso. Jesus disse que os maiores mandamentos são: amar a Deus e amar o próximo como a si mesmo (Mt 22:36-37, 39). Na verdade Jesus tomou esse mandamento do AT. Levítico 19:18 declara: "Amarás o teu próximo como
a ti mesmo"!
Por que então Jesus citou o ensino do AT, de que devemos odiar o nosso inimigo? (Mt 5:43).
Mas ele não disse isso, e por uma razão muito boa. Um versículo com essas palavras não é
encontrado em parte alguma no AT. Na verdade, Jesus não citou o AT, mas sim os ensinos distorcidos dos fariseus, que não interpretaram corretamente o AT. Veja que Jesus não disse: "está escrito", como o fazia com freqüência quando citava o AT (cf. Mt 4:4, 7, 10), mas disse: "Ouvistes que foi dito", referindo-se com isso à "tradição" que se implantara em torno do AT e que anulara os
mandamentos de Deus (cf. Mt 15:3, 6). A verdade é que o Deus de amor sempre deu o mandamento de que amássemos, tanto no AT como no NT, e nunca, em tempo algum, deu o mandamento de que odiássemos outras pessoas.



3) JESUS CONDENOU ORAÇÕES EM PÚBLICO?


MATEUS 6:6 - Se Jesus ensinou que a oração deve ser em secreto, por que a Bíblia preconiza
a oração em público?


PROBLEMA: Nesse texto, Jesus instou seus discípulos a orar em secreto, dizendo: "Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto" (Mt 6:6). Entretanto, em outras partes, a Bíblia preconiza a oração em público. Por exemplo, Daniel orava com a janela do seu quarto aberta, para que pudesse ser visto orando (Dn 6:10). Salomão fez aquela grande oração de consagração do templo em público (1 Rs 8:22). E Paulo instou a que orassem em público, "em todo lugar" (1 Tm 2:8).


SOLUÇÃO: Não foi a oração em público que Jesus condenou, mas a oração com ostentação. Elenão se opôs à oração em público feita em lugares adequados, mas condenou as orações feitas em lugares onde a pessoa seria notada. E nem era tanto o lugar em si da oração, mas sim o propósito da oração que Jesus censurou, ou seja, "para serem vistos dos homens" (Mt 6:5).




4) JESUS É FILHO DE DEUS, OU FILHO DO HOMEM?


MATEUS 8:20 (cf. 20:18; 24:30 etc.) - Se Jesus é o Filho de Deus, por que ele chamava a si
mesmo de o Filho do Homem?


PROBLEMA: Jesus referiu-se a si mesmo muitas vezes como o Filho do Homem. Isso parece
apontar mais para a sua humanidade do que para a sua deidade. Se ele é realmente o Messias, o Filho de Deus, por que empregou a expressão "Filho do Homem" ao referir-se a si mesmo?


SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, mesmo que a expressão "Filho do Homem" seja uma referência à humanidade de Jesus, ela não constitui uma negação de sua divindade. Por tornar-se homem, Jesus não deixou de ser Deus. A encarnação de Cristo não envolveu a perda da divindade, mas sim o acréscimo da humanidade. Jesus com toda clareza reivindicou ser Deus em muitas ocasiões (Mt
16:16-17; Jo 8:58; 10:30). Mas, além de ser divino, ele foi também humano. Ele tinha duas
naturezas coexistentes numa só pessoa.
Jesus não estava negando a sua divindade quando se referia a si mesmo como o Filho do
Homem, pois essa expressão é usada também para descrever a deidade de Cristo. A Bíblia diz que somente Deus pode perdoar pecados (Is 43:25; Mc 2:7), e Jesus, na condição de "Filho do Homem", tem o poder para perdoar pecados (Mc 2:10). De igual modo, Cristo retornará à terra como "Filho do Homem" nas nuvens de glória, para reinar sobre a terra (Mt 26:63-64). Nessa passagem Jesus está citando Daniel 7:13, em que o Messias é descrito como o "Ancião de dias", uma expressão usada para indicar a sua divindade (cf. Dn 7:9).
Além disso, quando Jesus foi questionado pelo sumo sacerdote se ele era o "Filho de Deus"
(Mt 26:63), ele respondeu afirmativamente, declarando que era o "Filho do Homem", que viria em poder e grande glória (v. 64). Isso nos mostra que o próprio Jesus empregou a expressão "Filho do Homem" para indicar sua divindade como Filho de Deus.Finalmente, a expressão "Filho do Homem" enfatiza quem Jesus é em relação à sua encarnação e à sua obra de salvação. No AT (veja Lv 25:25-26,48-49; Rt 2:20), o resgatador era um parente próximo da pessoa que necessitava da redenção. Da mesma forma Jesus, como nosso
Parente e Resgatador, identificou-se com o gênero humano como seu Salvador e Redentor.
Aqueles que conheciam a verdade do AT sobre o Messias ser o Filho do Homem entenderam
as reivindicações implícitas de Jesus quanto à sua divindade. Aqueles que não conheciam essa verdade, também não reconheceriam isso. Jesus com freqüência falava coisas dessa maneira, de modo a testar a sua audiência e separar os crentes dos descrentes (cf. Mt 13:10-17).


5) JESUS ERROU NA PROFECIA?


MATEUS 10:23 -Jesus prometeu voltar à terra durante o tempo em que
os discípulos ainda estavam vivos?


PROBLEMA: Jesus enviou os seus discípulos numa missão e prometeu-lhes: "não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem". Entretanto, é óbvio que nem ele foi ao céu, e muito menos retornou, antes de eles retornarem de sua viagem evangelística.


SOLUÇÃO: Há muitas interpretações dessa passagem. Alguns a consideram como uma referênciaà destruição de Jerusalém (70 a.D.) e ao fim da economia judaica. Mas isso dificilmente se enquadra como o cumprimento do que diz a frase "até que venha o Filho do Homem".
Outros entendem que a afirmação de Jesus refere-se a um derramar do Espírito Santo ou a
um grande avivamento, antes da volta de Cristo à terra, para estabelecer o seu reino. Crêem que a pregação do Evangelho levará ao reino (cf. Mt 24:14). Mas isso ainda parece estar muito além do significado literal do texto.
Ainda outros o vêem como contendo uma projeção da missão imediata dos discípulos para a sua permanente missão posterior de proclamar o Evangelho "até à consumação do século" (Mt 28:20). Note o fato de que os discípulos provavelmente não teriam ido por todas "as cidades de
Israel" na curta missão em que Jesus os enviava. Um problema com essa posição é não haver uma indicação direta no texto de que Jesus estava se referindo ao futuro distante.
Outra alternativa, ainda, seria a de tomar a promessa literalmente, como referindo-se a uma volta imediata, interpretando a frase "até que venha o Filho do Homem" como uma referência ao fato de que Jesus se juntaria novamente com os seus discípulos depois da missão deles. Essa
posição pode se apoiar em vários fatos. Primeiro, a frase "até que venha o Filho do Homem" nunca é empregada por Mateus para descrever a Segunda Vinda.
Segundo, ela se enquadra na aceitação da primeira parte do versículo como sendo literal. Os discípulos foram literalmente e de imediato às "cidades de Israel" para pregar, e Jesus literalmente e de imediato encontrou-se de novo com eles depois do ministério itinerante que realizaram.
Terceiro, não há indicação nessa nem em qualquer outra passagem de que os discípulos
acreditassem que Jesus estava para ir ao céu enquanto eles estavam na sua viagem de pregação. Isso certamente os teria assustado (cf. Jo 14:1-5). Além disso, Jesus já lhes tinha dito que ele teria de morrer e ressuscitar dos mortos (Jo 2:19-22) antes de ir ao céu e retornar.


6) JESUS VEIO TRAZER A GUERRA OU A PAZ?


MATEUS 10:34-36 - Jesus veio para trazer paz ou guerra?


PROBLEMA: Jesus afirma: "Não vim trazer paz, mas espada" (Mt 10:34). Entretanto, em outra
parte ele é chamado de "o príncipe da paz" (Is 9:6) e disse: "a minha paz vos dou" (Jo 14:27). E Ele ainda disse a seus discípulos para deixarem de lado a espada, "pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão" (Mt 26:52). Então, em que vamos acreditar: Jesus veio para trazer paz ou para trazer espada?


SOLUÇÃO: Temos de fazer uma distinção entre o propósito da vinda de Cristo à terra e as
decorrências de sua vinda. O seu propósito foi o de trazer paz - paz com Deus para os incrédulos que nele cressem (Rm 5:1), e finalmente a paz de Deus aos crentes (Fp 4:7). Entretanto, a conseqüência imediata da vinda de Cristo foi separar aqueles que eram por ele daqueles que eram contra ele - foi separar os filhos de Deus dos filhos deste mundo. Mas, assim como o objetivo de uma amputação é acabar com a dor, ainda o seu efeito imediado é causar dor. De igual modo, a missão final de Jesus é trazer a paz, tanto para o coração do homem como para a terra. Não obstante, o efeito imediato de sua mensagem era separar aqueles que estão no reino de eus daqueles
que estão no reino de Satanás.


7) JOÃO BATISTA ERA ELIAS REENCARNADO?


MATEUS 11:14 - Jesus disse que João Batista era Elias reencarnado?


PROBLEMA: Nesse versículo Jesus refere-se a João Batista como "Elias, que estava para vir" (Mt 17:12; Mc 9:11-13). Mas, já que Elias havia morrido muitos séculos antes, João então seria uma reencarnação de Elias.


SOLUÇÃO: Há muitas razões pelas quais esse versículo não ensina a reencarnação. Em primeiro lugar, João e Elias não foram o mesmo ser - eles tiveram a mesma função. Jesus não estava ensinando que João Batista literalmente era Elias, mas apenas que João veio "no espírito e poder de Elias" (Lc 1:17), ou seja, para continuar o seu ministério profético.
Em segundo lugar, os discípulos de Jesus entenderam que ele estava falando de João Batista, já que Elias apareceu no monte da Transfiguração (Mt 17:10-13). Àquela altura, depois da vida e da morte de João Batista, e já que Elias ainda tinha o mesmo nome e autoconsciência, ele obviamente
não tinha se reencarnado em João Batista.
Em terceiro lugar, Elias não se enquadra dentro do modelo da reencarnação por uma outra razão: é que ele não morreu. Ele foi tomado ao céu como Enoque, que "foi trasladado para não ver a morte" (2 Rs 2:11; cf. Hb 11:5). De acordo com o falso ensino da reencarnação, o que tradicionalmente é dito é que uma pessoa tem de morrer primeiro, para depois reencarnar-se num outro corpo.
Em quarto lugar, se houver qualquer dúvida quanto a essa passagem, ela deverá ser
entendida à luz do claro ensino das Escrituras contra a reencarnação. O autor de Hebreus, por exemplo, declara que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27; cf. Jo 9:2)




8) JESUS NÃO SE ENGANOU AO DIZER QUE A MOSTARDA É A MENOR SEMENTE?



MATEUS 13:31-32 - Jesus não cometeu um erro, quando se referiu ao grão de mostarda como
sendo a menor de todas as sementes?


PROBLEMA 1: Jesus disse que a semente de mostarda é "a menor de todas as sementes".
Contudo, hoje sabemos que a semente de mostarda não é absolutamente a menor semente que existe. Alguns acham que Jesus estaria falando da semente de mostarda preta. Porém, ainda essa não é a menor de todas as sementes.


SOLUÇÃO 1: Jesus não estava se referindo a todas as sementes existentes no mundo, mas apenas àquelas que os fazendeiros palestinos de então semeavam em seus campos. Isso está claro pela frase: "que um homem tomou e plantou no seu campo". E é um fato que a semente de mostarda era a menor de todas as sementes que o fazendeiro judeu do primeiro século semeava em seu campo. Assim, não há contradição alguma entre a ciência e as Escrituras. O que Jesus disse era literalmente verdadeiro no contexto em que ele falou.


PROBLEMA 2: Alguns dizem que um pé de mostarda não pode crescer a ponto de poder aninhar pássaros, e muito menos chegar a se tornar uma árvore.


SOLUÇÃO 2: Isso não é verdade, porque é comprovado que alguns pés de mostarda crescem a ponto de se tornarem árvores com cerca de três metros de altura. É certo que com esse tamanho uma árvore tenha espaço suficiente para que aves se aninhem nela (Mt 13:32).


9) JESUS NÃO ERROU AO DIZER QUE VOLTARIAM ANTES QUE PERCORRESSEM AS CIDADES?

MATEUS 16:28-Jesus não cometeu um erro a respeito dos discípulos, ao dizer que o reino
viria durante o período de suas vidas?


PROBLEMA: Jesus disse a seus discípulos que alguns deles não veriam a morte até que o vissem vindo no seu reino. Contudo, durante a vida dos apóstolos, Jesus nunca retornou para estabelecer o seu reino.


SOLUÇÃO: Essa é uma questão de quando o fato iria acontecer, não de que se iria acontecer ou não. Há três soluções possíveis.
Alguns sugeriram que essa poderia ser uma referência ao dia de Pentecostes, quando o
Consolador de Cristo, o Espírito Santo, descesse sobre os apóstolos. No Evangelho de João (14:26), Jesus promete enviar o Espírito Santo e, no início de Atos (1:4-8), ele os conclama a não deixarem Jerusalém até que recebam o Espírito Santo. Mas isso dificilmente se enquadra com a descrição de ver Cristo vindo em seu reino (Mt 16:28). Outros crêem que isso poderia ser uma referência à destruição de Jerusalém e do templo, o que ocorreu no ano 70 a.D. Isso significaria que Ele voltaria para trazer juízo sobre a cidade que o rejeitara e que o crucificara. Embora essa seja uma explicação possível, ela parece não levar em conta o fato de que a volta de Jesus é para os crentes (os "que aqui se encontram"), não simplesmente uma volta em juízo sobre os incrédulos. Nem ainda o juízo sobre Jerusalém no ano 70 a.D. corresponde adequadamente à expressão "até que vejam vir o Filho do Homem no seu reino" (v. 28), que é uma frase que tem algo que ver com a sua segunda vinda (cf. 26:64). Também
não explica por que Jesus não apareceu no ano 70. Uma terceira e mais plausível explicação é que essa é uma referência à aparição de Cristo
em sua glória no Monte da Transfiguração, cujo relato começa precisamente no versículo seguinte (17:1). Nessa passagem Cristo aparece literalmente numa forma glorificada, e alguns dos seus apóstolos lá estão para testemunhar o que aconteceu, a saber, Pedro, Tiago e João. Essa experiência da transfiguração certamente foi apenas um antegozo da sua segunda vinda, quando todos os crentes o verão, vindo em poder e grande glória (cf. At 1:11; Ap 1:7).


10) JESUS NEGOU SER DEUS?


MATEUS 19:16-30 (cf. Mc 10:17-31; Lc 18:18-30) - Já que Jesus era Deus, por que ele parece
ter admoestado o jovem rico por este tê-lo chamado de bom?


PROBLEMA: O jovem rico chamou Jesus de "Bom Mestre" (Mt 19:16, SBTB; Mc 10:17; Lc
18:18), e Jesus o admoestou, dizendo: "Por que mç chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus" (v. 17, SBTB). Contudo, em outras ocasiões Jesus não apenas reivindicou ser Deus (Mc 2:8- 10; Jo 8:58; 10:30), mas também aceitou a declaração que outros fizeram de ser ele Deus (Jo 20:28-29). Por que ele parece estar negando ser Deus ao jovem rico?


SOLUÇÃO: Jesus não negou ser Deus ao jovem rico. Ele simplesmente pediu-lhe que examinasse as implicações do que estava dizendo. Com efeito, Jesus estava dizendo-lhe: "Você percebe o que está implícito quando você me chama de bom? Você está dizendo que eu sou Deus?"


O jovem não percebeu as implicações do que ele estava dizendo. Dessa forma Jesus o estava
forçando a um dilema bastante desconfortável. Ou Jesus era bom e Deus, ou ele era mau e homem. Um bom Deus ou um mau homem, mas não simplesmente um bom homem. Essas são as reais alternativas a respeito de Cristo. Pois nenhum homem bom declararia ser Deus, não o sendo.Aquele Cristo liberal, que era apenas um bom mestre da moral, mas não Deus, não passa de uma ficção criada pela imaginação humana.


11) QUANDO JESUS AMALDIÇOOU A FIGUEIRA?


MATEUS 21:12-19 (cf. Mc 11:12-14,20-24) - Quando foi que Jesus amaldiçoou a figueira,
antes ou depois da purificação do templo?


PROBLEMA: Mateus coloca a maldição da figueira depois da purificação do templo. Entretanto,Marcos a coloca antes desse evento. Mas essas duas colocações não podem ser ambas verdadeiras.Será que um dos evangelistas cometeu um erro?


SOLUÇÃO: Na verdade Jesus amaldiçoou a figueira quando ia para o templo, como Marcos disse,mas isso não significa que o relato de Mateus esteja errado. Cristo foi ao templo duas vezes, e ele amaldiçoou a figueira na segunda ida. Marcos 11:11 diz que Cristo entrou no templo no dia da sua entrada triunfal. O evangelista não mencionou que Jesus tenha feito alguma proclamação contra qualquer coisa errada, ao entrar no templo. O versículo 12 usa a expressão: "No dia seguinte", referindo-se à jornada até o templo,quando passaram pela figueira, no segundo dia. Foi nesse momento que Cristo expulsou os que compravam e vendiam no templo.
Mateus, entretanto, refere-se às duas idas de Cristo ao templo como se fossem um só evento,
e relata em seguida a maldição sobre a figueira. Fica-se assim com a impressão de que na primeira
ida ao templo Cristo expulsou os que ali vendiam e compravam. O relato de Marcos, portanto, nos fornece mais detalhes desses eventos, revelando que realmente foram duas as idas ao templo. Em vista disso, não temos razão alguma para crer que haja uma discrepância entre os relatos.


12) QUANTAS VEZES O GALO CANTOU?


MATEUS 26:34 (cf. Mc 14:30) - Quando Pedro negou a Cristo, o galo cantou uma ou duas
vezes?



PROBLEMA: Mateus e João (13:38) dizem que antes que o galo cantasse uma vez, Pedro negaria o Senhor três vezes. Marcos, porém, afirma que Pedro o negaria por três vezes antes de o galo cantar duas vezes. Qual dos relatos está correto?


SOLUÇÃO: Não há contradição entre os dois relatos porque, conforme as palavras realmente expressas nos textos, Mateus e João não afirmam quantas vezes o galo cantaria. Eles apenas dizem que Pedro negaria Cristo três vezes "antes que o galo cante", sem dizer quantas vezes o galo cantaria. Marcos possivelmente esteja sendo mais específico, afirmando com exatidão quantas vezes o galo cantaria. É também possível que a diferença entre os relatos seja devida a um erro de um copista no livro de Marcos, que resultou na inserção de "duas vezes" em manuscritos antigos



13) "QUALQUER COISA?"

MARCOS 11:23-24 - Jesus prometeu dar-nos literalmente qualquer coisa que lhe pedirmos
com fé?


PROBLEMA: À primeira vista esse versículo parece estar dizendo que, se crermos, Deus nos
atenderá em qualquer pedido que lhe fizermos. Por outro lado, Paulo pediu a Deus por três vezes que lhe fosse afastado aquele espinho da carne, e Deus recusou (2 Co 12:8-9).


SOLUÇÃO: Há limitações sobre o que Deus dará, indicadas tanto pelo contexto como por outros textos e pelas leis da própria natureza de Deus e do universo.
Primeiro Deus não pode nos dar qualquer coisa. Há coisas que são realmente impossíveis.
Por exemplo, Deus não atenderá ao pedido de uma criatura para ser Deus. Nem pode atender a quem peça que aprove um pecado que tenha cometido. Deus não nos dará uma pedra se lhe
pedirmos pão, nem nos dará uma serpente se lhe pedirmos um peixe (cf.Mt 7:9-10).
Segundo, o contexto da promessa de Jesus em Marcos 11 indica que ela não foi incondicional, pois o versículo seguinte logo diz: "perdoai,... para que vosso Pai vos perdoe... mas, se não perdoares, também vosso Pai... não vos perdoará". Assim, não há razão para acreditar que Jesus pretendia que tomássemos a sua promessa ao pé da letra, de nos dar "tudo" que pedíssemos,sem condição alguma.
Terceiro, todas as passagens difíceis devem ser interpretadas em harmonia com outras
passagens claras das Escrituras. E está claro que Deus não promete, por exemplo, curar todas as pessoas por quem orarmos com fé. Paulo não foi curado, embora tenha orado ardentemente e com fé (2 Co 12:8-9). Jesus ensinou que não foi a falta de fé daquele cego que impediu a sua cura, mas explicou que ele tinha nascido cego "para que se manifestem nele as obras de Deus" (Jo 9:3).
Apesar da capacidade dada por Deus ao apóstolo Paulo para curar outros (At 28:9),
aparentemente ele não pôde curar, mais tarde, Epafrodito (Fp 2:25ss) nem Trófimo (2 Tm 4:20).Com certeza não foi a falta de fé que trouxe a doença a Jó (Jó 1:1). Além disso, se a fé do recebedor fosse a condição para que um milagre fosse recebido, então nenhum dos mortos que Jesus ressuscitou teria voltado à vida, pois os mortos não podem crer!
Finalmente, quando se considera o restante das Escrituras, além da fé há muitas condições
colocadas na promessa de Deus para a resposta a uma oração. Temos de "permanecer nele" e permitir que a sua Palavra permaneça em nós (Jo 15:7). Não podemos "pedir mal", segundo o nosso egoísmo (Tg 4:3). Além disso, temos de pedir "segundo a sua vontade" (1 Jo 5:14). Até mesmo Jesus orou: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! (Mt 26:39).
Com efeito, sempre essa condição - "se for da tua vontade" - tem de ser afirmada ou estar
implícita, exceto nas promessas incondicionais de Deus. Porque a oração não é um recurso
mediante o qual Deus nos serve. A oração não é um meio pelo qual conseguimos que toda a nossa vontade se faça nos céus, mas um meio pelo qual Deus faz com que a sua vontade se faça na terra.

14) MARIA FOI ANTES OU DEPOIS DO SOL NASCER AO TÚMULO?


MARCOS 16:2 - Maria foi ao túmulo antes ou depois de o sol nascer?



PROBLEMA: Marcos afirma que Maria foi até lá "muito cedo,... ao despontar do sol" (v. 2). Mas João diz que era "de madrugada, sendo ainda escuro" (Jo 20:1).


SOLUÇÃO: Há duas possibilidades. Uma delas sugere que a frase "ao despontar do sol" (Mc 16:2) indica apenas que era muito cedo (cf. SI 104:22), e "ainda escuro", no linguajar de João (20:1).Outra possibilidade é a que sustenta que Maria veio sozinha primeiramente, quando aindaestava escuro, antes de o sol nascer (Jo 20:1), e depois veio de novo, após o nascer do sol, com as outras mulheres (Mc 16:1). Em apoio a essa posição está o fato de que somente Maria é mencionada em João, mas em Marcos são citadas ela e as outras mulheres. Também, Lucas (24:1) diz que era "alta madrugada", quando as mulheres (não apenas Maria) foram lá. Ainda, Mateus
(28:1) fala que foi "ao findar do sábado, ao entrar o primeiro dia da semana" que "Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro". Somente João menciona Maria estando lá sozinha "sendo ainda escuro" (Jo 20:1).


15) PASSAGEM BÍBLICA OMITIDA EM ALGUMAS BÍBLIAS?


MARCOS 16:9-20 - Por que essa passagem da Escritura é omitida em algumas Bíblias?


PROBLEMA: A maioria das versões atuais da Bíblia contém esse texto final do Evangelho de
Marcos, inclusive a ARA, a SBTB, a EC, a BJ e outras. Contudo, a R-IBB e a TLH colocam esse
trecho entre colchetes, com uma nota explicativa, dizendo: "nos melhores manuscritos antigos não consta o trecho dos versículos 9 a 20" (R-IBB). A NVI não coloca colchetes, mas inclui uma nota semelhante. Esses versículos estavam no evangelho original de Marcos?


SOLUÇÃO: Os eruditos estão divididos quanto à autenticidade desses versículos. Os que aceitam o tradicional texto recebido apontam para o fato de que esse texto do final de Marcos é encontrado na maioria dos manuscritos bíblicos em todos os séculos. Assim, crêem que ele estava no manuscrito original do Evangelho de Marcos.
Por outro lado, aqueles que advogam a tradição do criticismo textual insistem que não
devemos acrescentar evidências, mas pesá-las. Segundo ele , a verdade não é determinada por voto da maioria, mas pelos testemunhos mais qualificados. Eles lançam mão dos seguintes argumentos para rejeitar esses versículos:


(1) Esses versículos não constam em muitos dos mais antigos e mais confiáveis manuscritos
gregos, bem como em importantes manuscritos em latim antigo, siríaco, armeniano e etiópico.

(2) Muitos dos antigos pais da Igreja revelam não conhecer esses versículos, inclusive
Clemente, Orígenes e Eusébio. Jerônimo admitiu que quase todas as cópias gregas não os contêm.

(3) Muitos manuscritos que contêm essa seção assinalam que é uma espúria adição ao texto.

(4) Há outro final (mais curto) de Marcos que é encontrado em alguns manuscritos. (5)
Outros apontam para o fato de que o estilo e o vocabulário não são os mesmos do resto do
Evangelho de Marcos.
Se essa parte do texto pertence ou não ao original, a verdade que ele contém certamente está de acordo com o original. Assim, a presença dessas linhas não faz nenhuma diferença, já que, se aceitas, não há nelas nada que seja contrário ao restante das Escrituras; e, não sendo aceitas, não há verdade bíblica que fique faltando na Bíblia, já que tudo que é ensinado nesse trecho é encontrado em outras partes das Escrituras. Isso inclui sua menção às línguas (veja At 2:1 ss), ao batismo (At
2:38) e à proteção de Deus aos seus mensageiros que inadvertidamente fossem picados por serpentes (cf. At 28:3-5).
Portanto, todo esse debate acaba sendo simplesmente sobre se esse texto pertence ou não à Bíblia, mas não se questiona quanto ao seu conteúdo, quanto a haver qualquer verdade que esteja faltando.


16) PORQUE MATEUS APRESENTA UMA GENEALOGIA DE JESUS E LUCAS APRESENTA OUTRA?



LUCAS 3:23 - Por que Lucas apresenta uma genealogia de Jesus diferente da que é
apresentada por Mateus?


PROBLEMA: Jesus tem um avô diferente em Lucas 3:23 (Heli), em relação ao que é registrado em Mateus 1:16 (Jacó). Quem foi de fato o avô de Jesus?



SOLUÇÃO: Isso é de se esperar, já que são duas linhas diferentes de ancestrais, uma através de
seu pai legal, José, e outra através de sua mãe de fato, Maria. Mateus apresenta-nos a linha oficial, já que seu propósito é mostrar as credenciais messiânicas judaicas de Jesus, que requeriam que o Messias viesse da semente de Abraão e da linhagem de Davi (cfi Mt 1:1). Lucas, tendo em vista um público grego bem mais amplo, dirige-se para o interesse grego de ver Jesus como o homem perfeito (que era o que buscava o pensamento grego). Assim, ele traça a linha genealógica de Jesus até o primeiro homem, Adão (Lc 3:38).
Há várias razões para que Mateus apresente a genealogia paterna de Jesus, e Lucas, a
materna. Primeiramente, mesmo que as duas linhas vão de Jesus a Davi, cada uma delas o faz através de um filho diferente de Davi. Mateus inicia com José (pai de Jesus segundo a lei) e vai até o rei Salomão, filho de Davi, de quem Cristo por direito herdou o trono de Davi(2Sm7:12ss).
O propósito de Lucas, por outro lado, é mostrar Cristo como verdadeiramente humano.
Então ele vai de Cristo a Nata, filho de Davi, seguindo a genealogia de Maria, sua mãe de fato, pela qual Jesus pode declarar ser perfeitamente humano e o redentor da humanidade. Lucas não diz que está traçando a genealogia de Jesus a partir de José. Antes, ele observa que Jesus, "como se cuidava" era "filho de José", quando de fato ele era filho de Maria. Também o fato de Lucas registrar a genealogia pela linha de Maria vinha bem ao encontro de seu interesse, como médico, por mulheres e nascimentos, o que se vê inclusive por sua ênfase em mulheres no seu Evangelho, que tem sido chamado de "o Evangelho para as mulheres".
Finalmente, o fato de terem as duas genealogias alguns nomes em comum (tais como Salatiel e Zorobabel, Mt 1:12; cf. Lc 3:27) não prova que são a mesma genealogia por duas razões. Primeiro, esses não são nomes incomuns. Segundo, até na própria genealogia (na de Lucas) há uma repetição dos nomes de José e Judá (3:26, 30).



17) PORQUE JOÃO DIZ QUE NINGUÉM JAMAIS VIU A DEUS SE OUTROS VERSÍCULOS DECLARAM QUE VEREMOS A DEUS?


JOÃO 1:18 - Por que João diz que ninguém jamais viu a Deus, se outros versículos declaram que veremos a Deus?



PROBLEMA: Por um lado a Bíblia declara que ninguém pode ver a Deus, mas por outro ela diz: "Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus" (Mt 5:8). Diz também que os servos do Senhor "contemplarão a sua face" (Ap 22:4) e ainda que "haveremos de vê-lo como ele é"(lI PD3:2).


SOLUÇÃO: Os versículos que ensinam que ninguém pode ver a Deus referem-se ao homem mortal nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado esse privilégio (Êx 33:23). O homem mortal não tem condições para ser exposto assim. Entretanto, o que o mortal não pode ver nesta vida, o homem imortal verá na próxima vida (1 Co 13:12; Ap 22:4).
Isso é conhecido como a visão beatífica (bem-aventurada), e será o clímax espiritual do
crente ao ver a Deus face a face, ao conhecê-lo diretamente em sua essência e não meramente de forma indireta, como reflexo através das coisas criadas (Rm 1:18-20).




18) JESUS ENSINOU SOBRE A REENCARNAÇÃO?


JOÃO 3:3 - Jesus ensinou a reencarnação, ao falar sobre "nascer de novo"?


PROBLEMA: Tradicionalmente os cristãos acreditam que a Bíblia não ensina a doutrina da reencarnação (cf. Hb 9:27). Entretanto, muitos grupos usam esse versículo (J° 3:3) para defender sua posição de que Jesus ensinou ser necessária a reencarnação.


SOLUÇÃO: O que Jesus está ensinando nessa passagem não é a reencarnação, mas a regeneração. Vários fatos há que tornam isso bem claro. Primeiro, a doutrina da reencarnação ensina que, depois
que a pessoa morre, ela entra em outro corpo mortal para viver nesta terra de novo; e que esse processo se repete vez após vez, num ciclo praticamente interminável de nascimentos, mortes e reencarnações. Se Jesus estivesse advogando a reencarnação, ele teria dito: "se alguém não nascer de novo, e de novo, e de novo ..."
Segundo, a doutrina da reencarnação ensina que a pessoa morre vez após vez até alcançar a
perfeição (Nirvana). Entretanto, a Bíblia ensina claramente que "aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo" (Hb 9:27).
Terceiro, nos versículos que seguem à sua palavra, Jesus explica o que ele quis dizer com
nascer de novo. Jesus disse: "Quem não nascer da água e do espírito não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3:5). Embora os comentaristas discordem a respeito do significado de "água" nesse versículo (veja os comentários de João 3:5), todos eles concordam que esses versículos não têm nada que ver com a reencarnação. Ser nascido de novo, então, é ser purificado de nossos pecados, e receber a vida de Deus pelo Espírito de Deus (Rm 3:21-26; Ef 2:5; Cl 2:13).


19) JESUS VEIO JULGAR OU NÃO?


JOÃO 3:17 - Jesus veio julgar o mundo ou não?


PROBLEMA: De acordo com esse versículo, "Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele". E depois acrescentou: "eu a ninguém julgo" (Jo 8:15; cf. lí:47). Entretanto, em outras passagens, Jesus reivindicou ter "autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem" (Jo 5:27). De fato, ele alé mesmo disse: "Eu vim a este mundo para julgamento" (Jo 9:39, NVI) e "o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento" (Jo5:22).



SOLUÇÃO: Esses versículos referem-se a diferentes contextos e expressam diferentes
significados. Em geral, as referências a Jesus sentado julgando a raça humana dizem respeito à sua segunda vinda (veja Ap 19-20), ao passo que os versículos que dizem que ele não veio para julgar,mas para salvar, têm em vista a sua primeira vinda. Às vezes Jesus está simplesmente falando acerca de não agir como um juiz deste mundo durante a sua vida na terra. Foi assim no caso da resposta que ele deu ao homem que queria que ele arbitrasse uma herança familiar: "Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?" (Lc 12:14).
Outra diferença que esclarece algumas dificuldades é encontrada entre o real propósito da vinda de Cristo (para salvar os que crêem) e o efeito resultante disso (julgar aqueles que não crerem). A sua afirmativa – “Eu vim a este mundo para julgamento" (Jo 9:39, N VI) - parece enquadrar-se nesta última categoria (cf. v. 40).



20) HOMOSSEXUAIS DEVEM SER HETEROSSEXUAIS?

ROMANOS 1:26 - Esse versículo quer dizer então que os homossexuais não devem ser
heterossexuais, porque isso seria ir contra a natureza deles?


PROBLEMA: De acordo com alguns homossexuais, quando Paulo refutou o que é "contrário à natureza" em Romanos 1:26, ele não estaria declarando o homossexualismo como sendo algo moralmente errado, mas estaria dizendo apenas que ser heterossexual seria algo não natural para eles. "Não natural" teria um sentido sociológico, e não biológico. Assim, em vez de condenar as práticas homossexuais, argumenta-se que essa passagem na realidade as aprova para os
homossexuais.


SOLUÇÃO: Quando a Bíblia declara que a prática homossexual é um ato "contrário à natureza" (Rm 1:26), ela está referindo-se à natureza biológica, e não à sociológica. Primeiro, o sexo édefinido biologicamente nas Escrituras desde o princípio. Deus criou o ser humano como "homem e mulher" e então disse-lhes: "frutificai e multiplicai-vos" (Gn 1:27-28, SBTB). Essa reprodução somente seria possível se ele estivesse se referindo ao homem e à mulher biológicos.
Segundo, a orientação sexual é compreendida do ponto de vista biológico, e não
sociológico, quando Deus disse: "por isso, deixa o homem piai e mãe e se une à sua mulher,
tornando-se os dois uma só carne" (Gn 2:24). Apenas um pai e uma mãe biológicos podem ter filhos; portanto a referência a "uma só carne" fala do casamento físico.
Terceiro, a passagem de Romanos diz que "começaram a cometer atos indecentes, homens com homens" (1:27, NVI). Isso com clareza indica que esse ato pecaminoso era de natureza homossexual. Quarto, o que fizeram não era natural para eles, pois "mudaram o modo natural de suas relações" para relações não naturais (Rm 1:26). Assim, os atos homossexuais foram considerados não-naturais também para os homossexuais.
Quinto, desejos homossexuais são chamados também de "paixões infames" ou "paixões
vergonhosas" (Rm 1:26, NVI). Assim, é evidente que Deus está condenando o pecado sexual
praticado entre os que são do mesmo sexo biológico. Os atos homossexuais são contrários à natureza humana como tal, não apenas à orientação sexual de um homossexual.


21) É JUSTO QUE TODOS PAGUEM PELO ERRO DE ADÃO?


ROMANOS 5:14 - É justo o juízo sobre todas as pessoas por causa do pecado de Adão?


PROBLEMA: A morte veio a todas as pessoas por causa do pecado de Adão (Rm 5:12), mas
Romanos 5:14 diz: "No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão" (SBTB). Mas se eles não pecaram, como Adão pecou, por que eles são responsabilizados?



SOLUÇÃO: Há dois tipos de pessoas que podem fazer parte dessa categoria (1) as criancinhas, e
(2) aqueles que deliberadamente não desobedecem o preceito de Deus.
Primeiro, muitos eruditos bíblicos acreditam que os bebês e crianças que morrem antes da
idade da responsabilidade moral irão para o céu. Isto baseia-se nos seguintes versículos: (1) Em 2 Samuel 12:23, quando aquela criança, filha de Davi, morreu, ele disse: "Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim". Isso implica que o bebê estava com o Senhor.
(2)No Salmo 139, Davi fala até mesmo de um bebê ainda não nascido como estando escrito no livro de Deus no céu (v.16).
(3)Isaías faz distinção entre aqueles que ainda não têm idade suficiente para "desprezar o mal e escolher o bem" (7:15), o que implica que eles não são moralmente responsáveis.
(4)Jesus acrescentou: "Se fósseis cegos, não teríeis pecado algum" 04 9:41).
(5)Paulo fala que o sacrifício de Cristo torna a todos justos (Rm 5:19), o que abrangeria até mesmo as criancinhas que tenham nascido em pecado (SI 51:5). (Veja também os comentários de 2 Samuel
12:23).

Segundo, como nosso representante todos nós pecamos [em Adão], e, em conseqüência, a
culpa do pecado de Adão foi atribuída a todos nós. Mas a morte de Cristo cancelou isso e libertou a humanidade dessa culpabilidade (Rm 5:18-19). Mesmo assim, aqueles que atingem a idade da consciência moral são responsáveis pelo seu pecado pessoal e, portanto, com justiça condenados. Assim, aqueles que não pecaram à semelhança de Adão, não obstante pecaram em Adão
(Rm 5:12). Por isso é que a morte ainda reinou desde o tempo de Adão e Moisés. Romanos 2:14-15 afirma que os gentios, mesmo não tendo a Lei de Moisés, servem de lei para si mesmos. Eles têm a lei escrita em seu coração, e sua consciência testemunha os seus procedimentos. Os homens depois de Adão ainda são pecadores e responsáveis por suas ações. Somente porque as pessoas não pecam à semelhança de Adão, não significa que elas não sejam pecadoras. Em outras palavras, isso não quer dizer que os homens não são responsabilizados por suas ações. O homem morre porque peca (Rm 6:23). Deus é justo em condenar o pecado, e é misericordioso em prover a salvação àqueles que a receberem.




22) COMO QUE O FARAÓ ERA LIVRE SE DEUS ENDURECEU SEU CORAÇÃO?


ROMANOS 9:17 - Como poderia Faraó estar livre, se Deus endureceu o coração dele?


PROBLEMA: Deus disse a Faraó: "Para isto mesmo te levantei, para mostrar em ti o meu poder e para que o meu nome seja anunciado por toda a terra" (Rm 9:17). Em cumprimento disso, está escrito que Deus endureceu o coração de Faraó (Êx 4:21; cf. Êx 7:3). Mas se Deus levantou Faraó e ainda endureceu o coração dele para realizar os seus propósitos divinos, então Faraó não está isento de responsabilidade em relação às ações que praticou?



SOLUÇÃO: Primeiro, Deus em sua onisciência sabia de antemão exatamente como o Faraó iria agir, e ele usou isso para realizar os seus propósitos. Deus prescreveu os meios da ação livre, porém teimosa, de Faraó, bem como o fim da libertação de Israel. Em Êxodo 3:19, Deus disse a Moisés: "Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir se não for obrigado por mão forte". Faraó rejeitou o pedido de Moisés e somente depois de dez pragas foi que finalmente ele deixou o povo ir.
Segundo, é importante notar que Faraó primeiramente endureceu o seu próprio coração. No início, quando Moisés aproximou-se de Faraó com vistas à libertação dos israelitas (Êx 5:1), Faraó respondeu: "Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel" (Êx 5:2).
A passagem que Paulo cita (em Romanos 9:17) é Êxodo 9:16, a qual, no contexto, refere-se
à praga das úlceras, a sexta praga. Mas Faraó endurecera o seu coração antes de Deus afirmar o que afirmou. Somente porque Deus levantou Faraó, isso não quer dizer que Faraó não seja responsável por suas ações.
Terceiro, Deus usa a injustiça dos homens para mostrar a sua glória. Deus ainda considera
Faraó responsável, mas no processo do endurecimento do seu coração o Senhor usou Faraó para manifestar a sua grandeza e glória.
Deus às vezes faz uso de atos maus para obter bons resultados. A história de José é um bom
exemplo disso. José foi vendido por seus irmãos, e mais tarde tornou-se o governante do Egito. Lá ele salvou muitas vidas durante o tempo de fome. Quando mais tarde ele se revelou aos seus irmãos e os perdoou, ele disse: "Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em
bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida " (Gn 50:20). Deus pode usar atos perversos para manifestar a sua glória (veja também o que é exposto sobre Êxodo 4:21).



23) A CONDENAÇÃO AO HOMOSSEXUALISMO FOI APENAS OPINIÃO PESSOAL DE PAULO?

1 CORÍNTIOS 6:9 - A condenação do homossexualismo feita por Paulo foi simplesmente uma
opinião pessoal dele?


PROBLEMA: Paulo disse aos coríntios que "nem imorais,... nem homossexuais ativos ou
passivos... herdarão o Reino de Deus" (6:9-10, N VI). Mas nesse mesmo livro ele admitiu estar
dando a sua "opinião" pessoal (l Co 7:25). De fato, Paulo admitiu: "não tenho mandamento do Senhor" (v. 25); e "digo eu, não o Senhor" (v. 10). Não foi isso então, por sua própria confissão, simplesmente uma opinião pessoal de Paulo, não obrigatória, a respeito dessa questão?



SOLUÇÃO: A condenação do homossexualismo feita por Paulo tem autoridade divina e não é
apenas sua opinião particular. Isso se torna claro ao examinarmos com cuidado a evidência de que dispomos. Em primeiro lugar, a condenação mais clara da homossexualidade feita por Paulo acha se em Romanos 1:26-27, e ninguém que aceita a inspiração das Escrituras contesta a autoridade divina desse texto.Em segundo lugar, as credenciais apostólicas de Paulo estão firmemente estabelecidas nas
Escrituras. Ele declarou em Gaiatas que as suas revelações não tinham sido inventadas por homem algum, mas tinham sido recebidas "mediante revelação de Jesus Cristo" (Gl 1:12).
Em terceiro lugar, Paulo declarou aos coríntios: "as marcas de um apóstolo - sinais,
maravilhas e milagres - foram demonstradas entre vocês" (2 Co 12:12, NVI). Em resumo, ele tinha exercitado a sua autoridade apostólica no seu ministério para com os cristãos de Corinto. Em quarto lugar, mesmo no livro de 1 Coríntios, em que a autoridade de Paulo é
severamente contestada pelos críticos, sua autoridade divina torna-se evidente por três razões. (1) Ele começa o livro declarando possuir "palavras... ensinadas pelo Espírito" (1 Co 2:13). (2) Ele conclui o livro dizendo: "o que lhes estou escrevendo é mandamento do Senhor" (14:37, NVI). (3) Mesmo no controvertido capítulo 7, em que dizem que Paulo está dando a sua opinião pessoal não
inspirada, ele declara: "também eu tenho o Espírito de Deus" (v. 40). De fato, quando ele disse: "eu, não o Senhor", ele não queria dizer que as suas palavras não eram inspiradas pelo Senhor; isso iria contradizer tudo o mais que ele falasse. Pelo contrário, aquelas palavras significavam que Jesus não tinha falado diretamente acerca daqueles pontos
quando na terra, mas ele prometera a seus apóstolos que enviaria o Espírito Santo para os guiar "atoda a verdade" (Jo 16:13). E o ensino de Paulo em 1 Coríntios foi um cumprimento daquela promessa.


24) COMO AS PALAVRAS DE PAULO PODEM SER INSPIRADAS, SE ELE DIZ ESTAR APENAS DANDO SUA OPINIÃO?


1 CORÍNTIOS 7:12 (cf. 7:40) - Como as palavras de Paulo podem ser inspiradas, se ele diz
estar apenas dando a sua opinião?


PROBLEMA: Em duas passagens de 1 Coríntios (7:12, 40), o apóstolo Paulo parece dar a
entender que ele estava escrevendo sob sua própria autoridade, não com a do Senhor. Primeiro ele diz: "Aos mais digo eu, não o Senhor" (l Co 7:12). E em 7:40 ele diz: "e penso que também eu tenho o Espírito de Deus", o que pode dar a entender que Paulo não está seguro quanto a ter o Espírito Santo. Como esses versículos poderão então harmonizar-se com a autoridade divina reclamada por Paulo erji suas epístolas? (cf. Gl 1:11-17; 2 Tm 3:16-17).


SOLUÇÃO: Primeiro, a respeito de 1 Coríntios 7:12, Paulo está referindo-se ao fato de que o
Senhor não abordou diretamente essa questão quando ele falou do divórcio e do casamento (Mt 5:31-32; 19:4-12). Assim, Paulo aborda precisamente essa questão, dando a sua visão, comautoridade, quanto a uma esposa crente permanecer com um marido descrente.
Segundo, Paulo não tinha dúvida alguma quanto a possuir o Espírito Santo nessa questão, já que ele disse claramente: "também eu tenho o Espírito de Deus" (1 Co 7:40). Assim, essa passagemnão pode ser usa-d; para mostrar que Paulo estaria dizendo não ter autoridade divina.Finalmente, Paulo de modo claro afirmou sua autoridade divina nessa mesma carta,declarando o que ele escreveu como sendo "palavras... ensinadas pelo Espírito" (1 Co 2:13). De fato, ele conclui a carta dizendo "ser mandamento do Senhor o que vos escrevo" (14:37). Dessa forma, suas palavras no capítulo 7 devem ser consideradas em harmonia com essas enfáticas declarações.





25) PAULO COMETEU UM ERRO AO CITAR UMA PASSAGEM BÍBLICA?


 1 CORINTIOS 10:8 - Paulo cometeu um erro ao citar quantas pessoas morreram?


PROBLEMA: Paulo diz nesse versículo que 23.000 pessoas morreram. Em Êxodo 32:28, o
número de pessoas referidas como tendo sido mortas é 3.000. Isso parece ser um erro.


SOLUÇÃO: Primeiro, em Êxodo 32:28 as pessoas foram mortas à espada, e as que Paulo
menciona morreram pela espada e por causa de uma praga. Êxodo 32:35 diz: "Feriu, pois, o Senhorao povo, porque fizeram o bezerro que Arão fabricara". Paulo dá o total incluindo os que foram mortos pela espada e pelo ferimento do Senhor (pela praga). Mas Êxodo 32:28 nos fornece apenas o número dos que foram mortos pela espada.
Segundo, alguns acham que o número de pessoas mortas que Paulo fornece relaciona-se
com um relato de juízo ocorrido em Números 25:9, que diz terem sido mortas 24.000 pessoas. Isso pode ser respondido de duas maneiras. Primeiramente, a passagem de Números não dá um períodode tempo específico dentro do qual tantas pessoas morreram, mas o apóstolo Paulo disse que 23.000 morreram num só dia. A passagem de Números, entretanto, não especifica quantos foram mortos num só dia, mas fornece o número total de mortes. Além disso, alguns estudiosos dizem que Paulo não se refere a Números, porque 1 Coríntios 10:7 cita Êxodo 32:6, enquadrando-se assim o
contexto de 1 Coríntios com Êxodo 32:28.




26) A BÍBLIA LIMITA O MINISTÉRIO DAS MULHERES?


1 TIMÓTEO 2:12-14 - A Bíblia limita o ministério das mulheres?


PROBLEMA: Paulo disse: "E não permito que a mulher ensine, nem exerça autoridade de homem; esteja, porém, em silêncio". De igual modo, em 11 Coríntios 14:34, ele acrescentou: "conservem-se as mulheres cala-s nas igrejas, porque não lhes é permitido falar; mas estejam submissas como também a lei o determina" (cf. 1 Pe 3:5-6). Isso não proíbe o ministério das mulheres, e não degrada a personalidade delas?



SOLUÇÃO: De forma nenhuma. Quando devidamente compreendidas em seu contexto, essas e muitas outras passagens na Bíblia exaltam o papel da mulher e lhes dão um tremendo ministério no Corpo de Cristo Temos de ter em mente várias coisas concernentes a essa questão do papel da mulher na igreja.
Primeiro, a Bíblia declara que as mulheres, tal como os homens, são imagem de Deus (Gn
1:27). Isto é, elas estão em igualdade com os homens por natureza. Não há nenhuma diferença essencial - tanto o macho como a fêmea são igualmente seres humanos por criação.
Segundo, o homem e a mulher são iguais por redenção. Ambos têm o mesmo Senhor e
partilham exatamente da mesma salvação. Pois em Cristo "não pode haver... nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3:28).
Terceiro, não há distinção de sexo nos dons ministeriais apresenta-d is na Bíblia. Ela não
diz: "dom de ensino: para homens; dom de socorros: para mulheres". Em outras palavras, as mulheres têm os mesmos dons que os homens têm para ministrar no Corpo de Cristo.
Quarto, por toda a Bíblia, Deus deu dons, abençoou e usou muito as mulheres no ministério.
Isso inclui Miriã, a primeira ministra de música (i ix 15:20); Débora (Jz 4:4); Hulda, a profetiza (2 Cr 34:22); Ana, a profetiza (Lc 2:36); Priscila, uma professora da Bíblia (At 18:26); e Febe, a diaconisa (Rm 16:1).
Quinto, Jesus teve muitas mulheres que o assistiram em seu ministério (cf. Lc 23:49; Jo 11). Com efeito, é bastante significativo, naquela cultura patriarcal, ter Jesus escolhido mulheres em suas duas primeiras aparições depois da ressurreição (Mt 28:1-10; Jo 20:10-18). Nisso o apóstolo Pedro ficou em terceiro lugar! (1 Co 15:5). Sexto, seja o que for que o apóstolo Paulo tenha querido dizer com a frase "que a mulher... esteja... em silêncio", é certo que ele não queria dizer que elas não devessem ter ministério algum na Igreja. Isso é claro por várias razões. Antes de mais nada, numa mesma carta (1 Coríntios), Paulo
instruiu as mulheres sobre como elas deveriam orar e profetizar na igreja, a saber, de maneira ordeira e decente (cf. 11:5). Também, ele disse que em certos momentos todos os homens deveriam permanecer em silêncio, da mesma forma, ou seja, quando outra pessoa estivesse ministrando a
palavra de Deus (cf. 14:28). Finalmente, Paulo não hesitou em usar mulheres para assisti-lo em seu ministério, como fica evidente por ter ele dado a Febe o importante encargo de levar até o seu destino a grande epístola aos Romanos (Rm 16:1).
Sétimo, quando entendidas em seu contexto, as passagens "do silêncio feminino" não estão
negando o ministério das mulheres, mas estão limitando a autoridade delas. Paulo afirma que as mulheres não devem ter "autoridade sobre o homem" (1 Tm 2:12, NVI). De igual modo, depois de sua exortação às mulheres de permanecerem caladas (1 Co 14:34), ele as lembra de permanecerem "submissas". É claro, os homens também estavam debaixo de uma autoridade, e tinham de se submeter à supremacia de Cristo sobre eles (1 Co 11:3). De fato, a prova cabal de que não há nada
de degradante em se estar submisso a alguém é que Cristo, que foi Deus em carne humana, sempre é submisso ao Pai, tanto na terra (Fp 2:5-8) como no céu (1 Co 15:28).

É também evidente que a supremacia e liderança do homem não é simplesmente uma
questão cultural devido ao fato de se basear na própria ordem da criação (1 Co 11:9; 1 Tm 2:13).
Assim, os oficiais da Igreja devem ser homens, cada um sendo "esposo de uma só mulher" (1 Tm 3:2). Isso, contudo, de forma alguma desmerece ou diminui o papel das mulheres, tanto no âmbitofamiliar como na Igreja. O fato de os homens não poderem dar à luz a bebês não os desmerece em sua humanidade nem no que diz respeito ao papel que exercem na família, apenas Deus não lhes preconizou tal função, mas sim outras. Oitavo, Deus deu às mulheres uma gloriosa função, tanto pela ordem de criação como pela redenção. Primeiramente, Eva não foi criada do pé de Adão, para ser por ele pisada, nem de sua
cabeça, para governar sobre ele, mas sim do seu lado, para estar em igualdade com ele e ser-lhe companheira (Gn 2:19-25). Além disso, todo homem foi gerado no ventre de uma mulher (1 Co 11:12), e assim a grande maioria dos homens foi nutrida por uma mulher quando eram bebês, crianças, jovens, até a idade adulta. Adicionalmente, quando Deus escolheu o vaso mediante o qual ele próprio se fez carne (Jo 1:14), não foi pela direta criação de um corpo (como no caso de Adão), nem por assumir uma fo ma visível (como o anjo do Senhor), nem por fazer um clone de um
homem; não, foi por meio de uma concepção milagrosa, levada até o fim da gestação no ventre de uma mulher, a abençoada virgem Maria (Mt 1:20-21; Gl 4:4).
Quanto ao processo do nascimento e da nutrição, Deus dotou a mulher com o papel mais maravilhoso, o de gerar todos os seres humanos, homens incluídos, e os alimentar, no momento mais delicado e sensível da suas vidas, tanto antes como depois do nascimento (cf. SI 139:13-18).Finalmente, na Igreja, Deus fez com que as mulheres viessem a ser, com os demais, "um em Cristo Jesus" (Gl 3:28), e concedeu a elas os dons do Espírito (1 Co 12; 14; Rm 12), mediante os quais elas podem edificar o corpo de Cristo. Entre esses dons acham-se o da profecia (cf. At 2:17-
ld; 21:9) e o do ensino (At 18:26; Tt 2:4).



27) SE DEUS DESTRUIU A MORTE PORQUE MORREMOS?


2 TIMÓTEO 1:10 - Se Jesus destruiu a morte, por que ainda morremos?


PROBLEMA: Paulo afirma nesse texto que Cristo "não só destruiu a morte; como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o Evangelho". Mas a morte não foi destruída, pois "a morte passou a todos os homens" (Rm 5:12), e "aos homens está ordenado morrerem uma só vez" (Hb 9:27).


SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, Cristo não destruiu a morte física imediatamente, mas pela sua morte e ressurreição ela será finalrnente abolida. Cristo foi o primeiro a experimentar a ressurreição
num corpo imortal (1 Co 15:20) - o resto da humanidade vai experimentar isso mais tarde, na sua segunda vinda (1 Co 15:50-56).
Segundo, Cristo destruiu a morte oficialmente quando ele mesmo a derrotou, pela
ressurreição. Entretanto, a morte física não estará de fato completamente abolida até que ele volte, quando "se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória" (l Co 15:54). Paulo acrescenta, ainda: "O último inimigo a ser destruído é a morte" (1 Co 15:26).



28)  JOÃO DIZ QUE CRENTES NÃO PECAM?


1 JOÃO 3:9 - João não se contradiz quando afirma que os crentes não pecam?


PROBLEMA: João afirma: "Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado" (1 Jo 3:9,
SBTB). Mas no primeiro capítulo ele falou com clareza que "se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós" (1 Jo 1:8).



SOLUÇÃO: Em parte alguma João declara que os crentes são imunes ao pecado ou que nunca
pecam. Em 1 João 3:9 o verbo está no tempo presente e deveria ser traduzido da seguinte maneira:
"Aquele que é nasci do de Deus não peca habitualmente" (R-IBB). De modo contrário, aquele que habitualmente pratica o pecado não é nascido de Deus. Como Tiago argumentou, a fé verdadeira produzirá boas obras (Tg 2:14ss). Se um porco e um cordeiro caírem num lamaçal, o porco vai querer ficar lá; mas o cordeiro fará de tudo para sair.Tanto o incrédulo como o crente podem cair no mesmo pecado, mas o crente não pode permanecer nele, sentindo-se confortável.




29) JUDAS CITA UM APÓCRIFO?


JUDAS 14 -Judas não cita o não-inspirado Livro de Enoque como tendo autoridade divina?



PROBLEMA: Judas cita o Livro de Enoque, dizendo: "Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre suas santas miríades". (v. 14). Entretanto, Enoque não o é um livro inspirado, mas é considerado apócrifo (falso) pela igreja cristã.



SOLUÇÃO: Primeiro, não é certo que Judas de fato esteja citando o Livro de Enoque. Ele pode
simplesmente estar mencionando um acontecimento que é encontrado também nesse livro não- inspirado. “Vale dizer que Judas não afirma ter Enoque escrito essa afirmação, apenas registra que Enoque disse" (v. 14). Ele pode ter usado uma tradição oral válida, e não o Livro de Enoque.
Além disso, mesmo que Judas tivesse tomado essa afirmação do Livro de Enoque, ainda
assim ela é verdadeira. Muitas afirmações verdadeiras podem ser encontradas fora das Escrituras; o simples fato de Judas citar algo de uma fonte não-canônica (extrabíblica) não significa que o que ele diz seja necessariamente incorreto. Nem tudo no Livro de Enoque está correto, mas isso não nos
permite concluir que tudo esteja errado.
O apóstolo Paulo cita verdades de poetas pagãos (At 17:28; 1 Co 15:33; Tt 1:12), o que não
implica que esses livros sejam inspirados. Na verdade, até mesmo a jumenta de Balaão proferiu uma verdade (Nm 22:28). A inspiração do livro de Judas não garante tudo o mais que é dito numa fonte não inspirada, só por ela ter sido citada. Garante apenas a verdade que foi citada.
Finalmente, a evidência externa a respeito do livro de Judas é muito grande, o tempo de
Irineu (cerca de 170 a.D.) para frente. Ele está no papiro Bodmer (P72) de 250 a.D., e trechos deleacham-se muito antes em Didakhê (2:7), que provavelmente data do segundo século. Assim, há evidência para a autenticidade do livro de Judas, que não é diminuída por essa alusão ao que Enoque disse. A existência de Enoque e a sua comunicação com Deus é um fato estabelecido em outras partes da Bíblia, tanto no AT (Gn 5:24) como no NT (Hb 11:5).


30) QUEM SÃO OS 144 MIL CITADOS POR JOÃO?


APOCALIPSE 7:4-8 - Quem são os 144.000 mencionados por João?



PROBLEMA: Nessa passagem, João menciona um grupo específico de 144.000 crentes. Será que esse é um número exato, e que o sentido da passagem é o de que apenas esse total de pessoas serão salvas? Se não, quem são eles?


SOLUÇÃO: Interpretação espiritual. Alguns consideram os "cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel" como sendo uma referência espiritual aos cristãos. Entretanto, essa posição não é sustentada por fatos. Primeiro, a palavra "tribos" nunca é empregada nas Escrituras a não ser com o sentido literal de um grupo étnico.
Além disso, se o número for levado a sério, certamente ele está muito, mas muito mesmo,
abaixo do número de crentes que estarão no céu. É verdade que a Bíblia em parte alguma revela o número exato de crentes que estarão no céu, mas como há bilhões de seres humanos com vida, e como certamente há vários milhões de salvos entre esses, essa obviamente não é uma referência ao
número total de pessoas redimidas em todos os tempos. Adicionalmente, até mesmo as dimensões físicas da Nova Jerusalém (Ap 21:16-17), para não dizer nada quanto ao restante do vasto universo criado por Deus, poderiam conter um número muito maior de pessoas do que 144.000.
Apocalipse 7:9 declara que havia, além dos 144.000, "uma grande multidão... de todas as
nações" que eram também redimidos, o que indica não somente que os salvos não se limitam a esse número, mas que a passagem tem mais sentido se tomada de forma literal.
Interpretação literal. Outros tomam literalmente essa passagem como uma referência a 144.000 judeus que serão salvos durante o período da tribulação, sendo 12.000 de cada uma das 12 tribos de Israel. Observam, em primeiro lugar, que Dã não é mencionada entre as doze tribos, entrando Levi em seu lugar, uma vez que caiu na idolatria e foi praticamente eliminada. Levi, entretanto, por causa de sua função sacerdotal, não tinha recebido uma terra em herança no AT, mas
então é incluída junto com as demais tribos, perfazendo as doze tribos, uma vez que cessou sua função, a qual foi cumprida por Cristo (Hb 7-10).Ainda como suporte à interpretação literal, temos o fato de que Jesus falou dos doze
apóstolos (que sabemos terem sido literalmente 12 pessoas) assentados em "doze tronos para julgar as doze tribos de Israel" no último dia (Mt 19:28). Não há razão por que não tomar isso como uma referência literal às doze tribos de Israel.
Adicionalmente, da última pergunta que foi respondida por Jesus antes de sua ascensão,
pode-se deduzir explicitamente que ele retornará e que restaurará o reino a Israel (At 1:6-8). Com efeito, o apóstolo Paulo falou em Romanos 11 (cf. vv. 11-26) da restauração da nação de Israel à sua privilegiada posição anterior.Muitos eruditos bíblicos acreditam numa restauração literal da nação de Israel, por causa das promessas feitas por Deus aos descendentes da semente de Abraão (Gn 12; 14; 15; 17; 26), que ainda não foram cumpridas "para sempre", como foram prometidas (cf. Gn 13:15). Na melhor das hipóteses isso aconteceu apenas durante um curto período no tempo de Josué (Js 11:23).




Fonte: Livro Manual Popular - Duvidas, Enigmas E Contr. Biblia de Norman Geisler (PÁG 204-346) 

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JOÃO 8:32