domingo, 10 de setembro de 2017

4 Perguntas respondidas sobre os livros dos reis


1) O NÚMERO DE CAVALOS ERA 40, OU 4 MIL?


I REIS 4:26 - Como pode este versículo dizer que Salomão tinha 40.000 cavalos em
estrebarias, se 2 Crônicas 9:25 diz que eram apenas 4.000?


PROBLEMA: Ao registrar a prosperidade de Salomão, esta passagem declara que ele possuía 40.000 cavalos em estrebarias, para os seus carros. Entretanto, 2 Crônicas 9:25 afirma que Salomão tinha apenas 4.000 cavalos. Qual é o registro correto?


SOLUÇÃO: Este é, sem dúvida alguma, um erro de copista. A razão de 4.000 cavalos para 1.400
carros, como encontrada na passagem de 2 Crônicas, é muito mais razoável do que uma relação de 40.000 para 1.400 como está no texto de 1 Reis. No hebraico, a diferença visual entre os dois números é muito pequena. As consoantes do número 40 são rbym*, e as do número 4 são rbh (as vogais não eram escritas no texto). Os manuscritos utilizados pelo escriba poderiam estar manchados ou danificados, de forma a dar-lhe a impressão de ser 40.000 e não 4.000.



2) DEUS APROVA A POLIGAMIA?


1 REIS 11:1 - Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?


PROBLEMA: Em 1 Reis 11:3, lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as Escrituras repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Dt 17:17) e violar o princípio da monogamia - um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).



SOLUÇÃO: A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos:
(1) Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher, Adão e Eva (Gn 1:27; 2:21-25).

(2) Esta ficou sendo a prática geral da raça humana (Gn 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu (Gn 4:23).

(3) A Lei de Moisés claramente ordena: "Tampouco para si multiplicará mulheres" (Dt 17:17).

(4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem que dá o número das
muitas mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): "Não caseis com elas, nem casem elas convosco".

(5) Jesus reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mt 19:4) e ao observar que
Deus "os fez homem e mulher" e os juntou em casamento.

(6) O NT enfatiza que "cada um tenha a
sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido" (1 Co 7:2).

(7) De igual forma, Paulo insistiu
que o líder da igreja deveria ser "esposo de uma só mulher" (1 Tm 3:2; 12).

(8) Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32).
A poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob circunstância alguma. De fato, a Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram, como se pode ver pelo seguinte: (1) A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma sociedade pecadora em
rebelião contra Deus, na qual o assassino “Lameque tomou para si duas esposas" (GN 4:19,23). (2) Deus repetidamente advertiu ou polígamos quanto às conseqüências de seus atos: “para que o seu coração se não desvie" de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Rs 11:2). (3) Deus nunca ordenou a poligamia - como o divórcio, ele somente a permitiu por causa da dureza do coração do homem (Dt 24:1; Mt 19:8). (4) Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 Crônicas 14:3), pagou um alto preço por seu pecado. (5) Deus odeia a poligamia, assim como o divórcio, porque ela
destrói o seu ideal para a família (cf. Ml 2:16).
Em resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras: (1) pelo exemplo
precedente, já que Deus deu ao primeiro homem apenas uma mulher; (2) pela proporção, já que a quantidades de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais; (3) por preceito, já que tanto o AT como o NT a ordenam (veja os versículos acima); (4) pela punição, já que Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Rs 11:2); e (5) por prefiguração, já que o
casamento de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32). Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por Salomão, não significa que Deus a aprove.


3) PORQUE ELIAS FOI ABENÇOADO POR RIDICULARIZAR OS PROFETAS DE BAAL?


1 REIS 18:27 - Por que Elias foi abençoado por ridicularizar os profetas de Baal, se a Bíblia
nos compele a usar palavras amáveis para com os nossos inimigos?


PROBLEMA: A Bíblia aqui diz que "Elias zombava deles", dizendo que possivelmente o deus deles estivesse "meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir...". Entretanto, as Escrituras nos ensinam também que amemos os nossos inimigos (Mt 5:44), que devemos abençoar e não amaldiçoar (Rm 12:14), e que a nossa "palavra seja sempre agradável" (Cl 4:6). A conduta de Elias dificilmente se concilia com essas verdades.


SOLUÇÃO: Primeiro, é necessário destacar que o texto não aprova especificamente cada palavra que Elias proferiu. Apenas diz que Deus respondeu suas orações, de forma a sustentar a sua posição, enviando fogo para consumir o sacrifício e depois acabar com os profetas de Baal (v.38).
Além disso, pode-se argumentar que Elias não violou nenhuma dessas exortações das
Escrituras. Em parte alguma é dito na Bíblia que Elias odiou os profetas de Baal, ou que os tenha amaldiçoado. Quanto à alegada zombaria que ele fez, isso foi sem dúvida algo sarcástico, mas não fora dos limites de um uso forçado, porém legítimo, de ironia.
A mesma passagem que nos exorta a sempre falarmos uma palavra "agradável", acrescenta
também que ela pode ser "temperada com sal". Esse talvez tenha sido um exemplo de uma
observação bem salgada. De qualquer modo, não há indicação de que Elias tenha agido com
malícia.
Por fim, o seu ato foi benevolente no sentido de que salvou a vida daqueles que foram
testemunhas dessa maravilhosa intervenção de Deus.


4) COMO DEUS PODE SER BOM  MATANDO 42 CRIANÇAS?


2 REIS 2:23-24 - Como poderia um homem de Deus amaldiçoar aqueles 42 jovens, de forma
que eles fossem despedaçados por duas ursas?


PROBLEMA: Quando Eliseu se dirigia a Betel, foi confrontado por uns jovens que zombaram
dele, dizendo: "Sobe, calvo!". Quando Eliseu ouviu isso, virou-se para eles e os amaldiçoou, e duas ursas saíram do bosque e despedaçaram os jovens. Como poderia ele fazer isso, amaldiçoando-os, por uma ofensa tão pequena?


SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, essa não foi uma ofensa assim tão pequena, porque os jovens trataram Elizeu com desprezo. Como o profeta era a boca com a qual Deus falava ao seu povo, o próprio Deus estava sendo maldosamente insultado na pessoa do seu profeta.
Segundo, eles não eram crianças pequenas e inocentes. Eram jovens maldosos, comparáveis
às gangues de rua dos dias de hoje. Daí, a vida do profeta foi exposta ao perigo pelo grupo, que era numeroso, pela natureza do seu pecado e pelo óbvio desrespeito que eles demonstraram à autoridade de Eliseu.
Terceiro, a ação de Eliseu teve o propósito de amedrontar os participantes de quaisquer
outras gangues. Se eles não temessem zombar de um honrado homem de Deus como Eliseu,
poderiam ter sido uma ameaça à vida de todo o povo de Deus.
Quarto, alguns comentaristas observam que o que eles clamaram tinha o propósito de
desafiar a condição de Eliseu como profeta. No fundo, eles estavam dizendo: "Se você é um homem de Deus, por que você não sobe ao céu como Elias?" O termo "calvo" pode ter tido uma conotação decorrente do fato de que os leprosos raspavam a cabeça. Tal comentário dava a impressão de que os jovens consideravam Eliseu como um detestável rejeitado.
Quinto, não foi Eliseu que tomou a vida deles, mas Deus, pois somente ele poderia ter
dirigido as ursas naquela hora, para atacá-los. É evidente que, por terem zombado desse homem de
Deus, aqueles jovens revelaram sua verdadeira atitude para com o próprio Deus. Um desprezo
assim para com o Senhor é punível com a morte. As Escrituras não dizem que Eliseu orou para que tal tipo de castigo acontecesse. Foi claramente um ato de Deus em juízo sobre aquela ímpia gangue.

Fonte: Livro Manual Popular - Duvidas, Enigmas E Contr. Biblia de Norman Geisler
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