>>>LEVÍTICO<<<
1) COMO A BÍBLIA PODE DIZER QUE A LEBRE E A ARGANAZ RUMINAM?
LEVÍTICO 11:5-6 - Como pode a Bíblia afirmar que o arganaz e a lebre ruminam, se hoje a
ciência sabe que eles não ruminam?
PROBLEMA: Em Levítico 11:5-6, dois animais, o arganaz que vive nas rochas e a lebre, foram
dados como imundos porque, embora ruminem, não têm as unhas fendidas. A ciência, porém,
descobriu que estes dois animais não ruminam. Não é então um erro a Bíblia dizer que eles
ruminam, quando na verdade não ruminam?
SOLUÇÃO: Embora estes dois animais não ruminem, no sentido moderno e técnico desta
expressão, para um observador, eles de fato têm um comportamento que faz parecer que estejam
ruminando. Assim, eles foram relacionados junto com outros animais que de fato ruminam para que
qualquer um pudesse distingui-los como imundos, pelo critério da observação.
Os animais que ruminam são identificados como ruminantes; eles trazem de volta o
alimento até a boca para ser novamente mastigado. Os ruminantes normalmente têm quatro
estômagos. Nem o arganaz das rochas (traduzido como querogrilo na R-IBB), nem a lebre são
ruminantes, e sob o ponto de vista científico realmente não ruminam. Entretanto, estes dois animais
movem o queixo de tal maneira, que é como se estivessem ruminando. Este hábito neles é tão
convincente, que um grande cientista sueco, Linnaeus, de início os tinha classificado como
ruminantes.
Sabe-se agora que as lebres praticam o que se chama "reflexão", processo em que certos
alimentos vegetais indigestos absorvem certas bactérias e são engolidos e depois comidos de novo.
Este processo permite que a lebre possa digeri-los com maior facilidade e é muito semelhante à
ruminação. Assim, a frase hebraica "porque rumina" não deve ser tomada no sentido científico
moderno, mas no sentido antigo de haver um movimento que, nas palavras de hoje, tanto pode ser a
ruminação como a reflexão.
A relação de animais puros e imundos destinava-se a ser um meio prático para os israelitas
distinguirem o que deveriam ou não comer. O israelita daquela época seguramente não conhecia os
aspectos técnicos da ruminação, e poderia então considerar o arganaz e a lebre como puros por
parecer ruminar. Em vista disto, foi necessário destacar que, embora tivessem a aparência de
ruminantes, estes animais eram imundos por não terem as unhas fendidas.
Hoje em dia, também agimos de forma semelhante quando falamos com pessoas que têm familiaridade com certos aspectos técnicos de alguma coisa. Por exemplo, usamos a linguagem
aparente do pôr-do-sol e do sol nascente, especialmente quando falamos com crianças. Para uma
criança, o ciclo diário do sol é como se ele se levantasse e se pusesse a cada dia (veja os
comentários de Josué 10:12-14). A descrição não é tecnicamente correta, mas é adequada ao nível
de entendimento da criança.
Isto é o que acontece no texto de Levítico 11:5-6. Embora o arganaz e a lebre não sejam
animais ruminantes, esta colocação era adequada para aquele tempo, de forma a deixar bem claro
que aqueles dois animais eram considerados imundos.
2) AS LEIS CONTRA O HOMOSSEXUALISMO FORAM ABOLIDAS PARALELAMENTE AS LEIS QUE PROIBIAM COMER CARNE DE PORCO?
LEVÍTICO 18:22 - As leis contra o homossexualismo foram abolidas paralelamente às leis
que proibiam comer carne de porco?
PROBLEMA: A lei contra o homossexualismo é encontrada na lei levítica (Lv 18:22), ao lado de
leis que proibiam comer carne de porco e camarão (Lv 11:2-3, 10). Mas estas leis cerimoniais foram
abolidas (At 10:15). Sendo este o caso, alguns insistem em dizer que as leis contra o
homossexualismo também não mais estão em vigor.
SOLUÇÃO: As leis contra as práticas homossexuais não são apenas cerimoniais. Simplesmente
porque a proibição do homossexualismo encontra-se em Levítico, isso não significa que essa lei
fizesse parte da lei cerimonial que perdeu a validade.
Em primeiro lugar, se a lei contra o homossexualismo fosse uma lei meramente cerimonial
(e daí abolida), então o estupro, o incesto e a bestialidade também não seriam práticas moralmente
erradas, já que elas são reprovadas no mesmo capítulo da condenação do homossexualismo (Lv
18:6-14; 22-23).
Em segundo lugar, os pecados homossexuais entre os gentios foram também condenados por
Deus (Rm 1:26), e os gentios não tinham leis cerimoniais (Rm 2:12-15). Foi precisamente por esta
razão que Deus trouxe juízo aos cananeus (Gn 19:13,25).
Em terceiro lugar, mesmo na lei judaica levítica havia uma diferença na penalidade imposta
a quem violasse a lei cerimonial de não comer carne de porco nem camarão (que era alguns dias de
isolamento) e a quem praticasse o homossexualismo (que era a pena de morte), conforme Levítico
18:29.
Em quarto lugar, Jesus alterou as leis alimentares do AT (Mc 7:18; At 10:15), mas as
proibições morais contra o homossexualismo continuam ainda prescritas para os crentes no NT (Rm
1:26-27; 1 Co 6:9; 1Tm l:10; Jd7).
>>>NÚMEROS<<<
1) A BÍBLIA ACOBERTA SUPERSTIÇÕES?
NÚMEROS 5:13-22 - A Bíblia não acoberta uma superstição aqui?
PROBLEMA: Paulo condena as "fábulas profanas de velhas caducas" (1 Tm 4:7). Mas aqui
Moisés ordena a prática de uma superstição que não tem base científica alguma. A esposa acusada
seria considerada culpada depois de beber uma água amargosa, caso o seu estômago inchasse. Mas
tanto a mulher inocente como a culpada tomavam da mesma água amargosa, e assim não havia uma
base química ou biológica para que uma inchasse e a outra não.
SOLUÇÃO: O texto não diz que a diferença na condição de culpa da mulher tinha uma causa
química ou biológica. De fato, ele mostra que a causa era espiritual e psicológica. A "culpa" não
constitui uma causa física. A razão por que o ventre de uma mulher culpada incharia pode ser
facilmente explicada pelo que cientificamente se sabe sobre condições psicossomáticas (a mente
agindo sobre o corpo). Muitas mulheres já passaram por uma "falsa gravidez", quando seu
estômago e seus seios se desenvolvem sem estarem grávidas. Há quem já tenha até passado por
cegueira, por causas psicológicas. Experiências com placebos (pílulas contendo apenas açúcar, sem
medicamento algum), têm mostrado que muitas pessoas com doenças terminais obtêm com eles o
mesmo alívio que é dado pela morfina. Assim, é um fato científico que a mente pode ter um grande
efeito nos processos do corpo humano.
Bem, dado que o texto diz que a mulher era posta em "juramento" perante Deus com a
ameaça de uma maldição (v. 21), caso fosse realmente culpada, a água amargosa podia funcionar
mais ou menos como um detector psicossomático de mentiras. A mulher que acreditava que seria
amaldiçoada e que sabia ter culpa assim seria afetada. Mas aquelas que sabiam que eram inocentes,
não se afetariam.
Além disso, o texto não diz que qualquer pessoa tenha de fato tomado aquela água e ficado
com o estômago inchado. Ele simplesmente diz "se"(cf. vv. 14,28) a mulher estiver em tal situação,
então isso resultará. Sem dúvida apenas a crença de que tal coisa pudesse acontecer e de que isso
demonstraria sua culpa certamente convenceria a mulher culpada de nem mesmo querer se sujeitar a
esse processo.
2) O VOTO NARIZEU NÃO CONTRADIZ PAULO?
NÚMEROS 6:5 - O voto de nazireado não contradiz a proibição de cabelos longos dada por
Paulo?
PROBLEMA: Paulo afirmou ser contra a "natureza" homens terem o cabelo longo (1 Co 11:14).
Mas o voto de nazireu exigia que a pessoa jamais cortasse o cabelo.
SOLUÇÃO: A regra geral era de que os homens não deveriam se vestir como mulher (veja os
comentários de Deuteronômio 22:5), nem terem cabelo comprido como as mulheres (veja os
comentários de 1 Co 11:14).
Qualquer exceção seria decorrente ou de uma perversão (como por exemplo do
homossexualismo), ou de uma necessidade imperativa (saúde, segurança), ou de uma santificação
especial. O voto de nazireu enquadra-se nesta última situação, e é uma exceção que contribui para
estabelecer a regra. Deus queria distinguir os sexos para fins de conveniência social e moral.
Entretanto, um voto especial de dedicação a Deus, que envolvia ter cabelos compridos, mas não
usar roupas de mulher, certamente não afetaria o espírito do propósito divino de manter os sexos
bem distintos. Ninguém com más intenções de querer confundir os sexos por razões perversas se
disporia a fazer tal voto espiritual de auto-sacrifício.
3) PORQUE NÃO SÃO ENCONTRADOS TÚMULOS?
NÚMEROS 14:29 - Se quase todos os homens de vinte anos para cima morreram no deserto,
por que os seus túmulos nunca foram encontrados?
PROBLEMA: De acordo com Números 14:29, os corpos de todos os homens com idade superior a
vinte anos cairiam no deserto. O montante era superior a 600.000. Mas, se tantos assim morreram
no deserto, por que os restos de seus túmulos não são vistos espalhados por toda aquela região?
SOLUÇÃO: Porque o povo foi condenado a peregrinar pelo deserto, as condições eram tais que
eles não tinham como construir túmulos que pudessem suportar as más condições climáticas da
região nem a devastação de feras selvagens. Provavelmente os túmulos eram apenas covas de pouca profundidade, logo abaixo da areia, ou cobertos com areia grossa. Conseqüentemente, nem os locais
desses túmulos nem os esqueletos dos que foram enterrados puderam ser preservados.
4) A SERPENTE DE BRONZE NÃO CONTRADIZ O MANDAMENTO QUE PROÍBE A IDOLATRIA?
NÚMEROS 21:9 - A feitura da serpente de bronze não teria sido uma forma de idolatria?
PROBLEMA: Deus ordenou a Moisés que não fizesse nenhuma "imagem de escultura" (Êx 20:4)
para que não fosse usada como um ídolo. Contudo, mais adiante ele ordenou a Moisés: "Faze uma
serpente de bronze, e põe-na sobre uma haste" (Nm 21:8, R-IBB). Posteriormente, o povo adorou
essa mesma imagem (2 Rs 18:4). Deus então ordenou que Moisés violasse aquele mandamento
contra a idolatria, o qual Ele mesmo lhe dera?
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, o mandamento contra a feitura de "imagens de escultura" foi um
mandamento proibindo fazer ídolos. Deus não ordenou que Moisés fizesse um ídolo para o povo
adorar, mas que fizesse um símbolo para o qual eles poderiam olhar com fé e assim serem curados.Posteriormente, o povo fez daquele símbolo um ídolo. Mas isto não faria com que o símbolo se
tornasse algo mau. Afinal, até a Bíblia tem sido adorada como um ídolo. Mas isso não quer dizer
que Deus pretendia que ela se tornasse um ídolo.
Além disso, nem todas as "imagens" são ídolos. A arte religiosa contém imagens, mas estas
em si não são ídolos, a menos que sejam adoradas. Deus instruiu Moisés a fazer
também querubins (anjos) para a arca, mas eles não eram ídolos. Há uma diferença entre uma
representação dada por Deus como um símbolo (por exemplo, o pão e o vinho na Ceia do Senhor) e
um ídolo fabricado pelo homem
5) 23 OU 24 MIL?
NÚMEROS 25:9 - Por que este versículo diz que 24.000 morreram, sendo que 1 Coríntios
10:8 cita um número diferente?
PROBLEMA: O incidente em Baal-Peor acarretou o juízo de Deus sobre Israel e, de acordo com
Números 25:9,24.000 pessoas morreram com a praga daquele juízo. Entretanto, em 1 Coríntios
10:8, consta que morreram apenas 23.000 pessoas. Qual é o número correto?
SOLUÇÃO: Há duas possíveis explicações. Primeiro, alguns têm sugerido que a diferença deve-se
ao fato de que 1 Coríntios 10:8 está se referindo apenas aos que morreram "num só dia" (23.000),
ao passo que Números 25:9 está mencionando o número completo de pessoas (24.000) que
morreram daquela praga.
Outros acreditam que dois diferentes eventos estejam sendo considerados. Estes observam que 1
Coríntios 10:7 é uma citação de Êxodo 32:6 e que, portanto, essa passagem na verdade está se
referindo ao juízo de Deus depois da idolatria envolvendo o bezerro de ouro (Êx 32). A passagem
de Êxodo não estabelece qual foi o número de mortos em decorrência do juízo de Deus, o que
somente é revelado em 1 Coríntios 10:8. De acordo com este versículo, 23.000 pessoas morreram
por causa do juízo de Deus devido à adoração ao bezerro de ouro. Já em Números 25:9, foram
24.000 os que morreram por causa do juízo de Deus por Israel ter adorado a Baal, em Baal-Peor.
6) COMO PODE SER MORALMENTE ACEITO POR DEUS O EXTERMÍNIO DOS MIDINISTAS?
NÚMEROS 31 - Como pode ser moralmente correto os israelitas destruírem por completo os
midianitas?
PROBLEMA: De acordo com o registro dos acontecimentos em Números 31, Moisés comandou
os israelitas para que destruíssem totalmente os midianitas. O versículo 8 declara que eles mataram
todo midianita homem. O versículo 9 registra que eles levaram presas as mulheres e as crianças, e o
versículo 10 afirma que os israelitas queimaram todas as cidades e acampamentos dos midianitas.
Ainda, no versículo 17, Moisés ordenou ao povo que matasse todo menino midianita e toda mulher
midianita que tivesse coabitado com algum homem, deixando com vida apenas as meninas e as
moças virgens. Como tal destruição pode ser moralmente justificada?
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, lembremo-nos de que os midianitas foram os que corromperam o
povo de Deus, levando-o à idolatria em Baal-Peor, o que resultou na morte de 24.000 israelitas com
a praga que se seguiu (Nm 25:9). Era necessário eliminar totalmente essa má influência sobre Israel.
Além disso, não foi sob a autoridade de Moisés que Israel executou tal destruição. Antes, foi
sob o comando direto de Deus. O versículo 2 registra a ordem dada por Deus a Moisés para que ele
levasse a cabo a vingança do Senhor sobre os midianitas. A natureza abominável da influência que os midianitas tinham sobre Israel em levá-los à idolatria merecia o juízo destruidor de Deus, que
tratou decididamente e com severidade esse câncer.
A justificativa moral para tal ação encontra-se no fato de que Deus tem o direito de dar e de
tomar a vida. Como o salário do pecado é a morte, e como os midianitas envolveram-se num
terrível pecado, eles apenas colheram as conseqüências da vingança de Deus sobre eles.
7) ONDE FICAVA CADES?
NÚMEROS 20:1 - Cades ficava no deserto de Zim ou em Parã?
PROBLEMA: Neste texto é dito que Cades acha-se no deserto de Zim. Mas em Números 13:26
Cades é situada em Parã. Qual era a sua real localização?
SOLUÇÃO: Há várias possíveis soluções para esta questão. Primeiro, alguns crêem que havia dois
lugares com o mesmo nome, um em cada deserto. Segundo, o nome Cades poderia referir-se tanto a
uma cidade como à região daquela cidade. Terceiro, a cidade poderia estar situada entre dois
desertos, de forma a ser corretamente associada a qualquer um deles.
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